2004

Faculdade de Educação da Ufba tem nova diretoria

 

(retirado do jornal A TARDE)

domingo, 08/01/2000 - página 02

 

  Os professores Nelson Pretto e Mary Arapiraca serão empossados na próxima quarta-feira como diretor e vice-diretora da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal da Bahia. Pretto, que substitui a professora Iracy Picanço, iniciou sua carreira em 1979 como professor do Instituto de Física da da Ufba. Com pós-doutoramento na Universidade de Londres, Inglaterra, é doutor em comunicação pela Universidade de São Paulo e autor, entre outros, dos livros “Uma escola sem/com futuro: educação e multimídia” e “Globalização & Educação”.
  O novo diretor da Faced já foi assessor do reitor da Ufba, diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) e superintendente de Projetos Especiais da Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (Funtevê), no Rio. Atualmente coordenador da Biblioteca Virtual de Educação a Distância, um projeto do Prossiga/CNPq, Pretto também foi diretor do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro-BA).
  Já a vice-diretora da Faced é professora da Faculdade de Educação desde 1979, tendo doutorado e mestrado em educação pela Ufba. Mary Arapiraca é especialista em aquisição e ensino da língua materna e coordena o Projeto de Educação nos Assentamentos da Reforma Agrária (Pronera/BA) e o Programa Alfabetização Solidária na Ufba.
 
Planos
 
  O principal projeto para a faculdade, segundo o novo diretor, é “deixá-la sem rumo”. Segundo ele, “uma escola não pode ser um bloco monolítico onde todos andem igualmente. Estaremos nos próximos quatro anos trabalhando em torno das pedagogias da diferença, que respeitam e buscam fortalecer a diversidade dos seres humanos”. Pretto destaca a necessidade de uma maior aproximação da Faced com as demais faculdades de educação da Bahia e, principalmente, com as fundações, ONGs, associações e sindicatos que realizam projetos educacionais no estado.
  O maior orgulho da professora Iracy Picanço em seus quatro anos à frente da Faced foi a recuperação física da unidade. Além disso, a instituição agora dispõe de salas de educação física e musculação e uma biblioteca renovada e informatizada. Convênios com instituições públicas e fundações permitiram ações como as desenvolvidas no Centro Educacional Santo Antônio, em Camaçari. Ampliando o campo de educação de adultos, foram realizados esforços com o Sesi-Senac, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
  A Faced se fez presente nos eventos educacionais do país e recebeu o Encontro de Pesquisa em Educação do Nordeste. Iracy Picanço destaca o incentivo a cursos de especialização e pós-graduação e o impulso à participação de estudantes nas ações universitárias. A revista “Faced”, criada pela educadora, passa a ser editada semestralmente, trazendo os trabalhos dos pesquisadores da faculdade.

 

 

Ano: 
Tipo de Documento: 
Tipo de posse: 
Imprensa

Fotos do dia da Posse

Ano: 
Tipo de Documento: 
Tipo de posse: 
Fotos

Mary de Andrade Arapiraca - Vice- Diretora

 

Discurso de Posse

 

Salvador, 12 de janeiro de 2000.

Sinto-me comprometida com todas as intenções expressas no discurso de Nelson de Lucca Pretto, nosso colega e companheiro, o qual traduz o momento da FACED e grande parte do seu projeto coletivo, iniciado e, de certo modo, em curso há algum tempo com o concurso de muitos.

 

Há sempre propósitos para cada instante, por isso gostaria de aproveitar este, para afirmar as coisas simples que elegi para ficar atenta durante esses próximos quatro anos:

 

A primeira delas é alegria no coração que amplia cada momento de nossa existência.

 

A segunda é a paciência, aquela paciência pedagógica que nos permite pegar enxergar ouvir e saborear, com conceitos e sem (pré)conceitos a riqueza dos encontros e desencontros de cada qual em seu cotidiano.

 

A terceira é a firmeza e a quarta, a perseverança.

 

A quinta, tomada de empréstimo de Ítalo Calvimo em suas propostas para o próximo milênio, agora bem mais próximo, é a leveza. "Cada vez que o reino do humano me parece condenado ao peso, digo para mim mesmo que à maneira de Perseu eu devia voar para outro espaço. Não se trata absolutamente de fuga para o sonho ou o irracional. Quero dizer que preciso mudar de ponto de observação. Que preciso considerar o mundo sob uma outra ótica, outra lógica, outros meios de conhecimento e controle. As imagens de leveza que busco não devem, em contato com a realidade presente e futura, dissolver-se como sonhos..." É assim que pensa Calvino e para mim é como se o milênio se abrisse a essa necessidade, pedisse isso.

A disposição para servir nos coloca nessa diretoria no momento e, aproveitando o ensejo pediria permissão a todos os presentes para dedicar este instante homenageando uma professora e dois professores - Eugênia Lúcia Néri, Juscelino Barreto dos Santos e José Oliveira Arapiraca - os quais tiveram particular influência em minha formação político-pedagógica e com suas histórias conseguiram demonstrar para min não, tenho certeza para muitos de nós, que a vida pode ser curta, mas não pequena.

Mary de Andrade Arapiraca

 

Ano: 
Tipo de Documento: 
Tipo de posse: 
Discursos

Nelson Pretto - Diretor

 

Discurso de Posse

 

CONstRUINndo UMa esCOLA sem RUmo.

assumindo o desafio

por Nelson Pretto

 


procuro também enfatizar a ambigüidade essencial de todos os conceitos, imagens e noções que pressupõem mudança. Sem ambigüidade não há mudança, nunca.

paul feyerabend. matando o tempo

 

 

Desde o começo de minha vida profissional sempre estive envolvido com as questões da educação. Comecei alfabetizando adultos com o método Paulo Freire, em Cosme de Farias, quando tinha cerca de 15 anos de idade. Depois, como professor de física do segundo grau em diversos colégios de Salvador, ainda estudante de graduação no Instituto que, mais tarde, me acolheu como professor. Na licenciatura, a aproximação com a Faculdade de Educação e, especialmente, com um professor que sempre foi meu mestre e hoje é meu colega de Departamento: Luiz Felippe Serpa. Dele fui assessor durante sua gestão aqui nesse palácio. Numa de nossas cotidianas conversas bem recentemente - coisa que achamos fundamental para a vida universitária! – recordamos um autor e um livro: Carlos Rodrigues Brandão e A questão política da educação popular. Ambos muito famosos na década passada entre os educadores. Vivíamos o boom da educação popular. Na introdução, Brandão, usou a fala do lavrador Antônio Cícero de Souza, ou simplesmente Ciço, que na conversa com Felippe, chegamos a suspeitar não ter existido. A frase existe e, se esse lavrador, existiu ou foi um constructo de Brandão, pouco importa. Galileu também montou um projeto de mundo em cima de experiências que, dizem, nunca foram feitas. Pouco importa novamente. São essas criações que sustentam algumas teorias e que são fruto de imaginações - ou não! - que fazem do ato de pensar e produzir conhecimento a coisa mais rica que temos. E Ciço falava sobre educação e dizia com todas as letras:




O senhor me faz a pergunta com jeito de quem já sabe a resposta. Mas eu explico assim. A educação que chega pro senhor é a sua, é pros usos do seu mundo. Agora, a minha educação é a sua. Ela tem saber de sua gente e ela serve pra que mundo? Não é assim mesmo? [conclui Ciço]

 

Pois vejam o que aconteceu ontem a noite: encontrei o Ciço navegando na Internet e com ele dialoguei numchat. Perguntando se se lembrava o que tinha dito naquela época sobre educação fui surpreendido com a atualização de seu comentário.




ôô moço, como vô esquecê... as coisas tão tudo igual... continuamos tendo a sua educação. Só que agora, os home ainda pede prá gente fazê prova na saída prá vê se aprendeu a sê iguá a ocês...é um tal de ser A que não consigo entende!

 

É num contexto como o esboçado por Ciço que assumimos a direção da Faculdade de Educação de uma Universidade como a Federal da Bahia.

A história dessa Faculdade tem muito a ver com o ensino das ciências, minha origem. Mas ela vai muito além. Desde o seu inicio, como parte da Faculdade de Filosofia, em Nazaré - e já se vão 30 anos - até os atuais dias de hoje, muita coisa mudou. Muita coisa está mudando. E, por isso mesmo, a mudança de direção que agora acontece, não pretende ser uma simples alternância de poder mas a disposição de coordenar o processamento coletivo de rumos. Em outras palavras, é a tentativa de introduzir uma nova direção - não um novo diretor! - mas, uma nova direção, sem rumo. E isso não cabe somente a nós, e agora aqui o plural é muito mais plural, porque essa tarefa não é somente minha e de Mary Arapiraca, a vice diretora, mas de todos os professores, professoras, servidores, servidoras e estudantes, que acreditaram na possibilidade de uma faculdade com um concurso de rumos. A idéia - proclamada em todos os nossos papeis e bits - é a de buscar definir para a Faculdade um programa mais amplo do que o de uma gestão. É a construção de um projeto maior que seja fundado no singular e no plural, e que suspeite das tradicionais pedagogias da assimilação. Um projeto que se encaminhe para a formação de profissionais ligados simultaneamente às realidades planetárias e locais. Um projeto que esteja olhando para as diferenças e os diferentes sem a preocupação de nivelá-los. Em síntese, um projeto estimulador de atuações sociais, de rebeldias.

Nossa Faculdade merece uma inserção maior no cenário nacional. A experiência de formar professores para quase todas as áreas tem nos dado e possivelmente continuará a nos dar, fôlego para uma participação mais vigorosa contra esse governo que insiste em tirar das Universidade Públicas a responsabilidade de formar os professores dos níveis iniciais e introduz os Cursos Normais Superiores, criticados por muitos mas que tem dentro da própria Faculdade os seus defensores. Isso é bom, o debate pode e deve começar internamente mesmo, como forma de fortalecimento da participação da sua diretoria nos fóruns locais e nacionais. Essa diferença deve ser o estímulo para que acertemos o passo com as outras universidades que são atuantes nesse embate.

Ao mesmo tempo, precisamos estar mais articulados com as questões da Educação em nosso Estado e na nossa própria Universidade. A problemática dos Cursos Normais Superiores, por exemplo, é mais abrangente do que se possa imaginar e diz respeito à todas as licenciaturas. Ultrapassa, portanto, os muros da Faculdade de Educação. O Enem e o provão estão aí, gerando conflitos, introduzindo um novo elemento na discussão sobre a qualidade da educação. Nossa Universidade vai as ruas propalando um curso nota A através do uso ousado e correto da mídia com os outdoors. Tem sentido entrarmos nesse jogo? O que significa Direito em um ano ser E e, no seguinte, ser A? Apenas a presença dos alunos às provas? E isso é motivo de orgulho para uma administração? Onde está a Faculdade que pesquisa, atua na sociedade e ensina esse campo chamado educação e mais particularmente a avaliação? Nossa postura é ainda muito tímida. Não por culpa de pessoas ou administrações. Mas por falta de uma atuação nossa mais agressiva. Nós que atuamos na área e que precisamos apresentar para a sociedade - mesmo que estejamos aqui a se referir apenas internamente à Universidade - outras possíveis leituras sobre cada uma das questões que estão sendo pautadas na mídia para a nossa área. No particular da avaliação das universidades, com o conhecido provão, creio que vale a citação, retirada de um importante meio de ligação do nosso sistema público de pesquisa e ensino que é o Jornal Eletrônico da Ciência, mantido pela SBPC, na qual a professora Angela de Siqueira, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), não esperou e, em tom afirmativo, tocou em questões fundamentais. Ela interpretou o sentimento de muitos de nós, especialmente quando afirma:




(...) acreditar que é um teste capaz de avaliar esta rede de relações complexas, toda diversidade de conhecimentos, experiências, historias de vida, interesses, objetivos, é no mínimo também ingenuidade, miopia acadêmico-burocratica ou funcionalismo oportunista.
Tal visão, retira a responsabilidade sobre o processo como um todo -- que é social, político, cultural -- e "culpa" as partes: alunos, professores, projeto pedagógico etc. pelo insucesso no teste, visto como capaz de avaliar o "produto". [Jornal da Ciência, JC E-Mail 1446, de 20/12/99]

 

Usar as palavras de uma colega de outra Universidade tem um duplo significado nesse momento. De um lado, reforçar a idéia de uma postura crítica e atuante que precisamos ter em relação às temáticas que são próprias de nossa área e que estão sendo usadas e propaladas como salvadoras de um sistema que, em verdade, não está preocupado com a sua melhoria. De outro, reforçar a necessidade de uma forte articulação com a mídia, seja ela a grande mídia, seja aquela que nasce como fruto da presença das novas tecnologias da comunicação e informação, criando novos espaços de produção simbólica. Área importante de pesquisa no campo educacional, a presença das tecnologias está sendo considerada por nós como elemento fundante dessa nova etapa para a Faculdade - uma faculdade de e-educação - com essa letra [é] de eletrônico, como já vem sendo usada e visto por todos em outras áreas. Isso não será apenas um recurso de linguagem. É a idéia de que essas tecnologias passem a ser efetivamente esse elemento fundante dos processos educacionais. Com isso, imaginamos passar a ter um uso intensificado dessas tecnologias na Faculdade - talvez até tardiamente! - e como conseqüência quase que natural, estaremos nos engajando - espero! - de forma mais intensa nos programas de educação a distância que a UFBA está tentando implantar. Ao tempo, passaremos a definir internamente uma política agressiva que articule a educação com as novas tecnologias. Isso passa pela imediata disponibilização dos nossos cursos na WEB, na execução de cursos semi-presenciais e a distância, de graduação, extensão e pós-graduação. Mas, ao fazer isso, não estamos pensando em simplesmente reproduzir o que por lá já temos. Precisaremos ter uma forte articulação entre o que se pesquisa na área e o ensino e entre tudo isso e as grandes questões nacionais e, até, globais. Ter mais ousadia não nos fará mal! Referimo-nos aqui, mais especificamente, ao projeto de Sociedade da Informação, lançado em dezembro no ano passado pelo Presidente da República, projeto esse que tem no desenvolvimento científico e tecnológico um de seus pilares básicos tendo na educação, uma das áreas mais privilegiadas em termos de aplicações. Como estaremos nos inserindo num programa como esse? Será que isso não nos diz respeito?!

Internamente, buscaremos intensificar a postura de colaboração e interação com as demais unidades e com a administração central, sem que isso signifique uma participação passiva. A presença da Faculdade nos Conselhos Superiores e nas relações com as demais unidades e administração central, deverá se encaminhar para a qualificada defesa desse patrimônio público que é a nossa Universidade Federal da Bahia. Patrimônio construído ao longo dos 50 últimos anos, que teve na figura de Edgar Santos o seu grande baluarte.

O momento é de crise. Mas o ano que se inicia é o ano do Dragão. Um símbolo que representa o dinâmico, o criativo, no horóscopo chinês. Momentos de crise me fazem sempre lembrar das possibilidades de superar as dificuldades. Isso me leva a buscar em Nildão, um dos grandes cartunistas baiano, a melhor definição para este momento.

Ôba!

Temos pela frente, nessa teia de relações que estarão sendo criadas, uma oportunidade singular: fortalecendo cada nó, fortalecendo cada indivíduo ou grupo, estaremos fortalecendo o todo, mas não um todo uníssono. Estaremos fortalecendo um conjunto de elementos singulares, que na dinâmica das interações estarão transformando e se transformando, fortalecendo identidades - individuais e/ou coletivas - a partir das semelhanças e diferenças. Em última instância, perseguiremos fortalecer iniciativas e estimular rebeldias.

Uma Faculdade sem rumo. Quer dizer, com muitos rumos. Com todos os rumos. Uma Faculdade viva, alegre, intensa, que atue de forma simultânea no distante e no próximo, no depois e até mesmo no antes, tudo, ao mesmo tempo, aqui e agora, como dizem os Titãs. Convocados estamos, convocando também, para, com as nossas mãos fazer uma Faculdade onde todos e cada um de nós viva intensamente o seu cotidiano, montando um grande espaço acontecimental de aprendizagem.

Lembro de todos os outros espaços não tradicionais de aprendizagem, como tantos que temos nessa Bahia tão rica. Lembro também de outros, fora da Bahia, como a Escola de Samba de Mangueira, que está construindo um grande banco de dados para trabalhar a sua memória. Na contra capa do belíssimo Chico Buarque de Mangueira, um disco que inaugura oficialmente o tão sonhado Centro de Memória da Estação Primeira, Hermínio Bello de Carvalho é categórico: "escavucar a memória, provocar registros, buscar documentação. Aprender a Mangueira, para ensiná-la depois. Escola foi feita para isso."

Escola foi feita pra isso. E para muito mais. E será. Por quê não?!

Que Oxóssi me proteja.

Que o Senhor do Bonfim, proteja a todos nós, nessa São Salvador da Bahia, de todos os santos e orixás.

Muito obrigado.

 

Ano: 
Tipo de Documento: 
Tipo de posse: 
Discursos

Plano da Gestão 2000/2004 e 2004/2008

 

Plano da Gestão 2000/2004 e 2004/2008

 

faced dois mil: um plano em discussão.

um projeto coletivo feito com ritmos próprios.

este documento está em permanente discussão

versão de 03/11/99 *

A FACED do ano 2000 a 2012

Qualquer plano prevê um certo período de tempo. Escolher dois, quatro, nove ou qualquer outro período é uma questão que, muitas vezes tem ligação com alguns pressupostos de continuidade administrativa ou de preferências pessoais e políticas específicas. Escolher 12 anos para um plano diretor é uma escolha baseada em outros parâmetros.

De um lado, o mandado de um equipe diretora de unidade Universitária é de quatro anos, e, ao se escolher 12 anos, não se está fazendo o mesmo coincidir com nenhum início ou término de mandado imediato. E imagina-se estar longe de qualquer grupo querer estar três mandatos consecutivos a frente da FACED. Neste sentido, o que se pretende aqui é a reflexão em torno de um projeto político e de existência para a Faculdade e de sua inserção na UFBA e não um conjunto de idéias que possa ser útil apenas para projetos pessoais ou de um grupo de pessoas. Como todo projeto em construção, ele deverá sofrer todas as modificações que forem necessárias ao longo do seu período de vigência e, neste sentido, não se estará buscando olhar apenas para quem esta ocupando o cargo de direção. Ao contrário, a idéia é justamente possibilitar um plano coletivo maior que de suporte também às escolhas dos futuros dirigentes.

O compromisso com alguns princípios (e fins!) é o que está em questão aqui.

De outro lado, 12 anos corresponde à mudança de um signo no horóscopo chinês e, desta forma, estaremos pensando assim num projeto que considere o astral de um mesmo período, pelo menos num dos sistemas de leitura de mundo.

O ano de 2000 é o ano do Dragão no horóscopo chinês. O Dragão não é simples. Ele é carismático, colorido mas gosta de ser o centro das atenções e é muito arrogante.

Portanto, todo cuidado é pouco. No entanto, é dinâmico e criativo. O símbolo (I CH'IEN) associado a ele no I Ching - o livro das mutações - é exatamente a criatividade.

(*)

O Dragão é o símbolo para iluminar verdades vindas das profundezas sociedade e do universo, com muita criatividade, e dinamismo. "A tempestade passou" diz o I Ching.

Portanto, uma plano para a FACED neste período precisa pensar na possibilidade de transformação a partir do respeito e estimulo aos movimentos de cada um, com uma ênfase muito grande no coletivo, sem que, com isso, pense-se num caminhar em um único ritmo, direção ou sentido. Como um espaço universitário, a pluralidade deverá marcar este caminhar e, para tal, é básico pensar na possibilidade de Pedagogias da Diferença e não mais nas atuais Pedagogias da Assimilação.

 

 

 

Projetos amplos: pensando teoricamente e propondo políticas simultaneamente.

Passar das atuais Pedagogias da Assimilação para a possibilidade de Pedagogias da diferença é o que move este projeto enquanto pesquisa acadêmica e que, ao mesmo tempo, alimenta filosoficamente esta proposta.

Estas idéias, que estão em desenvolvimento tanto no campo teórico de um conjunto de pesquisas em andamento da Faculdade de Educação (FACED), estão aqui sendo incorporadas numa perspectiva política de construção de um novo espaço educacional e comunicacional que tenha como base as redes de relações. Neste sentido, e utilizando-se de expressão já em uso em outras áreas, pensa-se numa novafaculdade de e-ducação. Onde o e que vem de eletrônico, é muito mais do que isso. É rede. É comunicação. É o estabelecimento de conexões que respeitem os nós interconectados como elementos fundantes. Elementos de valor. Nesta perspectiva, estas reflexões têm como substrato, isto é, como fundante, a diferença e não a identidade.

Assim, algumas vantagens podem ser vistas na adoção desses novos referenciais. Uma primeira vantagem fundamental é não haver, ao pensar na diferença como fundante, como substrato, uma hegemonia universal, ou seja, uma grande narrativa legitimadora dessa narrativa. Considera-se assim, isso como sendo uma concepção pós-moderna ligada ao Poder.

Uma segunda vantagem, sob o ponto de vista do conhecimento é não valer a linearidade. Tem-se, portanto, uma rede não linear de diferenças, uma rede não linear de diferenças em interação. Cada estudante, cada professor, cada servidor, enfim, cada sujeito libertar-se-ía do uno como fundante (consequentemente também o objeto) e seria uma rede de diferenças, onde cada elemento seria também uma rede de diferenças, superando-se assim o ego, super-ego, id, alter-ego, etc.

A única referência ao uno é o movimento, ou seja odevir.

Do ponto de vista institucional, isso significa quebrar a tradição de teoria e prática, conhecimento básico e aplicado, pensamento e ação, trabalho e lazer, entre outros. Institucionalmente, haveria dois universos interpenetrantes: o universo do local, relacionado à historicidade da instituição, de natureza não disciplinar em termos de conhecimento, e um outro, não local, trans-institucional, transterritorial, caracterizado pelo conhecimento disciplinar, especializado. Com esses universos complementares e interpenetrantes, a instituição estará no mundo e o mundo no território institucional e social.

O conhecimento seria trabalhado como um espaço acontecimental, na singularidade do que acontece com sentido e, ao mesmo tempo, ao nível da linguagem, um outro espaço, o das proposições, através darepetição, numa topologia de vizinhança das interações humanas. A aprendizagem seria dada pela interpenetração desses espaços através da intensidade e do sentido.

Só para maior esclarecimento, considere o objeto dado, o do jogo. Potencialmente, o fundante do dado é ter seis faces, ou seja, a diferença. É a singularidade do lançamento do dado que faz o mesmo exibir uma das seis faces. Ao mesmo tempo, a intensidade da exibição das seis faces (ou seja oacontecimental com sentido) é que contribui para explicitar a identidade do dado. Assim, parte de sua identidade é a expressão do espaço acontecimental da diferença, através da singularidade de cada jogada e da intensidade com que cada face se apresenta no acontecimento.

O outro espaço, ao nível da linguagem, complementar à identidade do dado, numa topologia de vizinhança de interações humanas, ocorre através da repetição da proposição deu face X, que tem sentido e interpreta o espaço acontecimental.

A aprendizagem sobre o dado é realizada pela interpenetração desses dois espaços através do sentido e da intensidade. Assim, forma-se a identidade do dado, enquanto aprendizagem, tudo como fundante do processo da diferença.

É nesse sentido que a base desse plano é a de se buscar um trabalho mais coletivo, cooperativo, que tenha como fundante a diferença dentro da unidade. Aliás, o primeiro elemento básico é um não à essa idéia de se chamar as Faculdades, Escolas, Institutos como Unidades, vinda de uno. A unidade aqui será pensada como esta teia de relações de diferenças que está sendo referida. Das relações da FACED com a UFBA como um todo, e dela com a sociedade em geral, tendo especial ênfase a articulação com as secretarias de educação estadual e municipais, com os sindicatos e associações, com as ONGs envolvidas com educação e cultura e com o sistema de comunicação. Este último em especial no atual momento contemporâneo. Isto porque, a ênfase será sempre na dimensão comunicacional do processo educativo. Assim, se priorizará a circulação e democratização de informação e da comunicação inter,intra e extra unidade.

Isto exige uma atuação emergencial no sentido viabilizar tecnicamente este desejo.

todo aluno(a) ao entrar nos cursos oferecidos pela unidade, no ato da matrícula, recebe uma conta de acesso à Internet na rede F@CED.

Acesso a informação: instalação de quiosques de informação espalhados pela Faculdade, com a criação de espaços específicos para acesso à Internet com terminais públicos espalhados pela unidade de forma a facilitar e desburocratizar a conferência diária de emails. Ênfase na comunicação eletrônica entre os diversos setores administrativos e acadêmicos. Rotinas como reservas de salas, auditórios, equipamentos, podem ser feitas por email ou por telefone.

Estas articulações terão que se dar também internamente à Faculdade com um mudança radical de concepção na separação dá pesquisa, da extensão universitária e do ensino de graduação e pós-graduação. Assim, tem que ser fortalecida a produção de conhecimento (a pesquisa) na unidade como um todo e não apenas através de projetos conduzidos e administrados pela pós-graduação.

Para tal, um mudança de cultura torna-se necessário, uma vez que desde a origem da pós-graduação nas universidades brasileiras experimentamos este processo de separação e isolamento.

Num misto de interação interna e externa faculdade passa a se articular de forma mais intensa com outras organizações em defesa da educação pública em todos os níveis. Nessa linha deverá ser reforçado o nosso compromisso e envolvimento com o Fórum em defesa da Escola Pública e a formação de professores a partir de cursos sólidos que articulem pesquisa, ensino e extensão passa a ser prioridade. Assim, a FACED passa a intensificar, interna e externamente, as discussões sobre o papel das Faculdades de Educação e dos cursos de pedagogia, reforçando o seu forte e histórico vínculo com as licenciaturas na UFBA. Mas não só internamente á UFBA. A relação da FACED com as demais Universidades e Faculdades de formação de professores do Estado da Bahia precisa ser intensificada a partir do estabelecimento de um forte e sólido programa de parcerias e permutas que envolva as dimensões acadêmicas, administrativas e políticas. Merece destaque nessa área e nesse momento histórico a discussão sobre a criação dos Institutos Superiores de Educação, preconizado pela atual legislação. Será o caminho para a Faculdade transformar-se em um Instituto Superior de Educação? Esta é uma discussão que necessita ser aprofundada com urgência.

Entender essa questão é compreender que a FACED não está e nem deve estar fora das discussões mais gerais dos processos conjunturais da sociedade brasileira. Assim pensar a FACED hoje é pensá-la num diálogo crítico com os demais movimentos sociais.

Do ponto de vista administrativo algumas medidas podem ser tomadas para contribuir com esta transformação interna de cultura.

Otimizar os serviços administrativos da faculdade como um todo, caminhando para uma unificação das secretárias em torno das necessidades de ensino, de pesquisa e de extensão e não na falsa divisão graduação e pós-graduação.

Ainda pensando na pesquisa e produção de conhecimento e visando subsidiar o envolvimento institucional da FACED é necessário mapear as linhas de pesquisa em andamento na Unidade, buscando o seu fortalecimento através de um programa global de vinda de consultores e visitantes para o fortalecimento destas pesquisas.

A formação de professores e professoras tem especial destaque na caracterização da Faculdade. Sendo assim, e recuperando o já realizado através dos inúmeros fóruns, seminários e congressos, estabelecer um programa de reflexão sobre as licenciaturas e a própria pedagogia, buscando uma maior aproximação com todos os demais setores acadêmicos da UFBA. Procurar-se-á estabelecer um projeto de articulação de apoio ao ensino na Universidade como um todo. Com isso, pode ser possível resgatar o papel histórico e fundamental de uma e da Faculdade de Educação da UFBA e caminhar para a implantação de cursos noturnos, com qualidade e condições de trabalho para professores(as) alunos(as) e servidores(as).

A Faculdade de Educação, que se constitui no espaço de formação dos futuros educadores é vista como uma das piores unidades de ensino da Universidade. Resgatar o papel de respeito dos profissionais da FACED, através de um amplo processo de repensar as disciplinas, as relações destas disciplinas com os cursos para os quais elas são oferecidas é uma mais intensa atuação da própria Faculdade nas atividades de ensino dentro da Universidade.

Outra importante dimensão deste plano cujo substrato é a diferença, é pensar na não neutralidade do espaço físico, do local. É, portanto, pensar o espaço físico específico da escola, da faculdade, o espaço para e do aprendizado e da produção de conhecimento e de cultura como um espaço específico que precisa ser repensado e estudado.

Buscar uma parceria com a Escola de Arquitetura e Urbanismo, Prefeitura do Campus e Liceu de Artes e Ofícios, para elaboração do plano diretor da FACED. Durante o semestre 2000.1 se buscará pensar a unidade para os próximos 12 anos, tanto do ponto de vista acadêmico como de espaço físico, arquitetônico e urbanístico. Alguma questões básicas que se buscará planejar a título de ilustração:

  • Gabinetes para os docentes e laboratório coletivos, com telefone e computador com acesso à rede
  • Mudança de todas as salas de aulas para a parte do fundo do prédio (são mais ventilada e com menos barulho), passando para a frente todos os setores que usam ar condicionado, basicamente, gabinetes, núcleos, administração.
  • Reforma nos auditórios de forma a transformá-los em espaço múltiplo para atividades com todos os recursos de comunicação fixos (retroprojetores, datashow, som, gravação, televisão, vídeo)
  • Portaria e setor de informações ampliadas na entrada da faculdade
  • Adaptação de toda a unidade para acesso de portadores de necessidades especiais
  • Conexão à rede Internet em todas as salas
  • Plano de articulação com Escola de Administração, ICS e Faculdade de Medicina para implantação de um complexo de convenções com infra estrutura adequada e que se some, aliando a montagem de um plano para instalação sem superposições de livrarias, cantinas e restaurantes, bar, espaço de lazer coletivo, cineclube.
  • Instalação de no mínimo dois laboratório didáticos de informática

Outra questão que necessota maior relexão é a formação profissional em Educação Física na FACED/UFBA. Essa importante área de conhecimento da educação tem, nos últimos vinte anos, mudado significativamente seu fazer pedagógico nas universidades, escolas, clubes, centros comunitários, entre tantos outros. Esse curso é a principal referência no âmbito do estado da Bahia nesta matéria sendo o mesmo o mais concorrido da FACED e um dos dez mais concorridos da UFBA.

Cabe a FACED qualificar a atual experiência, compreender seu relevo e especificidade e ousar novos horizontes imprimindo sua contribuição na:

  • reforma curricular participativa e referenciada nos debates contemporâneos da área e no novo ordenamento legal
  • promoção de novos cursos "lato sensu" na área e implantação da primeira linha-programa "stricto sensu" em Educação Física, Esporte e Lazer do norte-nordeste no programa de pós graduação em educação da UFBA
  • ampliação do apoio institucional da Faculdade ao NEPEL - Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Física, Esporte e Lazer e à secretaria estadual da CBCE/BA

O Centro de Esportes que é um espaço privilegiado da universidade-comunidade necessita de um redesenho do seu espaço e das suas atividades de ensino-pesquisa e sobretudo de extensão. Devemos fortalecer o uso e manutenção desse patrimônio público, incrementando os projetos em curso e os estimulando novos, com a busca de uma imediata melhoria de seus equipamentos e laboratórios. Para tal, deve-se burcar parcerias com órgãos públicos e a iniciativa privada para, presidido pelos interesses públicos, garantir aos cidadadãos e cidadãs práticas corporais-esportivas, atividades de lazer, exercício físico orientado e outras possibilidades de uso sócio-cultural.

Nesta linha, como mais um dos elementos específicos que precisam ser repensados, esta a situação do curso e do Departamento de Educação Física, que foi incorporado à Faculdade como uma forma temporária de articulação deste curso com a Faculdade e com a Universidade como um todo. Em função das discussões sobre o significado desse curso e da melhor ocupação e gestão do Centro de Esportes de Ondina (com um planejamento tal que possibilite um aproveitamento mais racional da área, considerando que a mesma encontra-se em área de forte valor comercial na cidade). As discussões na área da Educação Física estão apontando para um duplo caminho e pensa-se num primeiro momento, aprofundar esse debate sobre a integração das atividades e pesquisas ligadas ao corpo com o universo educacional.

Anexo a este plano, um projeto de pesquisa-intervenção ainda em seus primeiros passos que esta sendo pensando coletivamente (vide anexo).

De outro lado, não se pode imaginar que esta produção de conhecimento e de cultura, esta relação com os demais setores da sociedade se dê a partir do zero. Neste sentido, a importância da biblioteca aumenta uma vez que ela passa, agora a incorporar não só os tradicionais livros impressos, responsáveis historicamente pela circulação e democratização do saber, mas todos as outras mídias. Neste sentido, considera-se importante, fortalecer o projeto já em andamento de reestruturação da Biblioteca Anísio Teixeira.

Alem de sua continuidade pensa-se que seja importante ampliá-lo no sentido de:

Ampliar o horário de funcionamento para os sábados e até as 21 horas diariamente

Dotar a mesma de ar condicionado central visando a conservação do acervo e conforto dos usuários

Ampliação do acervo, com especial ênfase na assinatura de periódicos nacionais e estrangeiros.

Criação de uma seção no Boletim da Faculdade com a divulgação periódica das novas aquisições

Ampliação das aquisições de CD-ROMs, vídeos, softwares educacionais, slides, filmes.

Considerando a forte presença da área de artes na unidade, ampliar o acervo desta área, sem desprezo dos demais.

Considerando a importância da obra de Anísio Teixeira, que dá nome à Biblioteca, criar um centro específico de referência sobre o mesmo

A dimensão comunicacional deste plano exige uma especial atenção se dará ao fortalecimento das publicações da FACED, sejam através de livros, revistas e jornais, como de vídeos, programas de televisão, CD-ROMs e home-pages. Estabelecer uma forte articulação com a EDUFBA para o fortalecimento da Revista da FACED e da criação de um Boletim semanal (na linhas dos Panfletos ) com informações gerais sobre a unidade para a unidade.

Mas além da divulgação acadêmica entre pares, a Faculdade precisa estar preocupada com a socialização de sua produção para fora da Universidade. Sendo assim, pensa-se na articulação com algum órgão da imprensa nacional e/ou local (jornal e TV) para a realização dos debates FACED/Parceiro.

Todo início e final de semestre, um grande tema da educação brasileira, pesquisado pelos docentes da unidade será publicamente debatido, com a vinda de convidados especiais, do Brasil ou do exterior. Estes debates serão objeto de matérias especial no jornal/TV/Radio parceiro, serão gravados e simultaneamente disponibilizados via Internet e se constituirão, ao longo do ano, num caderno e num CD ROM específico a ser publicado com a marca Faced/UFBA. A idéia básica com estes eventos é dar mais transparência ao que aqui se pesquisa e procurar de uma forma mais ampla a interferir no andamentos das políticas públicas.

Estes eventos farão parte das semanas acadêmicas que estamos propondo para como parte da carga horária de todas as disciplinas do semestre simultaneamente, serem alocados na segunda semana do primeiro semestre e na penúltima semana do segundo semestre de cada ano.

Paralelamente prevê-se um fortalecimento do canal interno de televisão e vídeo (ÉduCANAL), criando uma rádio na Internet com debates e programas ligados à educação. Ampliar a emissão do ÉduCANAL, buscando inclusive autorização para funcionamento como canal de baixa potência e emissão via cabo para toda a UFBA. Articular com a Faculdade de Comunicação de forma a oferece-lo como laboratório didático para disciplinas da FACOM e da FACED. Um dos pontos fundamentais destes meios de comunicação deverá ser a ampla participação dos estudantes na gestão destes meios de comunicação.

Um outro elemento que é presença forte no debate acadêmico e político contemporâneo é a utilização das metodologias de educação a distância, tendo a Faculdade já uma história de desenvolvimento de cursos, docentes com dissertações e teses na área e projetos de pesquisas sobre a temática. Neste sentido, prevê-se a montagem de infra-estrutura teórica e prática para oferecimento de cursos e programas que se utilizem da metodologia de ensino a distância, com especial ênfase na elaboração das políticas da UFBA para a área.

Do ponto de vista da política universitária, fortalecer as representações estudantis nos órgãos colegiados da unidade e da administração central, criando espaço para a ampla discussão dos problemas da UFBA dentro da Faculdade.

No que se refere aos aspectos administrativos, que tanto dificultam a viabilização de inúmeras outras propostas já existentes na Faculdade, é necessário fortalecer a realização dos desejos de cada servidor, considerando aí suas especificidades e diferenças, no sentido de dar uma maior leveza nas atividades administrativas da Faculdade.

Alem disso, é necessário a criação de uma secretaria de apoio ao docente. A idéia básica: concentração das informações de tal forma que cada docente e cada funcionário prestará uma única vez a informação e essa informação alimentará relatórios anuais da unidade, relatórios individuais para GEDs e outros, serviço de currículos para docente, relatório CAPES, e home-pages pessoais e da unidade. Este banco de dados será montado nesta secretaria que basicamente deverá prestar serviço de apoio ao docente e servidor técnico-adminitrativo.

Esta secretaria teria a responsabilidade de manutenção dos sistemas de informação da Faculdade (home-page, serviço de email, atendimento telefônico e fax, informações gerais sobre eventos e pesquisas em andamento).

Vinculado a esta secretaria, um setor ou pessoa de apoio e acompanhamento de docentes e servidores técnico-administrativo em programa de qualificação. Uma linha direta será instalada para atendimento de ligações de docentes que estão fora da unidade, acompanhamentos das questões burocráticas da vida do docente enquanto ele estiver afastado de tal forma a possibilitar que o mesmo fique absolutamenterelaxado quando à sua vida burocrática e, com isso, possa ser um pólo de ligação deste com a unidade e da unidade com os demais setores no estado ou país que o docente/servidor encontrar-se.

O pressuposto básico aqui é o de considerar o docente ou servidor técnico administrativo em qualificação como um embaixador da unidade onde ele estiver.

Instalação de terminal de Internet na telefonia, para ampliação do atendimento ao público com informações precisas sobre cursos, eventos, pesquisas em andamentos e demais informações acadêmicas aos estudantes que não tiverem acesso a Internet fora da Faculdade. Instalação do serviço geral de fax, sem interferência pessoais, dia e noite, visando uma maior agilidade do sistema, evitando com isso duplicação de esforços e a economia de recursos. Centrar emissão de fax para fora dos horários de pico. Garantir total privacidade de fax enviados e recebidos através da Faculdade.

Ampliação da central telefônica com ligação direta a ramais e abertura das linhas para chamadas externas sem necessidade de operador.

Ampliação do horário de acesso à Unidade, tendo a mesmo funcionamento normal aos sábados para acesso de estudantes e professores e domingos mediante responsabilidade.

Otimizar os equipamentos existentes na Unidade com um mapeamento e divulgação de tudo que se possui no momento. Este estado da arte, socializado, possibilitará uma maior concentração de esforços de todos os projetos na aquisição de equipamentos compatíveis com a infra estrutura existente e, com isso, uma maior aperfeiçoamento do sistema como um todo.

Criação de um setor de apoio técnico para consertos de equipamentos, infra estrutura de auditórios e eventos, instalação e manutenção de computadores e manutenção da rede interna (intranet) e externa (comunicação com a Rede UFBA). Aqui se estabelecerá uma forte articulação com o CPD e com o NEPEC, buscando uma parceria específica com o CEFET visando oferecer a unidade como elemento de estágio para estudante de eletrônica do nível médio.

Montagem de um central de copiagem de médio porte a serviço da unidade com pequenas copiadores descentralizados nos setores de maior necessidade. Instalação de copiadora de auto-serviço na biblioteca.

Um setor de eventos dará a infra-estrutura necessária para os eventos pensados pelos grupos e pelos docentes, dando especial ênfase ao momento de finalização das pesquisas de mestrado e doutorado. Forte articulação com o sistema de comunicação para a divulgação destas pesquisas. Toda defesa será disponibilizada na Internet via um sistema de vídeo conferencia.

Mapeando a produção deste documento

Este documento já passou pelas seguintes instâncias/etapas:

Em 3/11/99 foram incorporadas as sugestões preliminares do grupo do Departamento de Educação III - Educação Física

As últimas versões forem incorporando as discussões que foi se estabelecendo na montagem de uma chapa para concorrer à consulta para eleição de diretor e vice diretor que acontece em novembro de 1999.

Versão 4.0: redigida por Nelson Pretto, já incorporando as discussões ocorridas nos dois eventos do Fórum FACED.

Versão 3.1 (arquivo: faced2000v3_1.rtf . Data: 15/10/99) - Salvador/Bahia e Londres/Inglaterra. Junho de 1999. Por Luis Felippe Serpa e Nelson Pretto

Carta Pessoal manuscrita de Luis Felippe P. Serpa a Nelson Pretto em 19/05/99

Versão 1.0 (arquivo: faced2000v1_2.doc) - Londres/Inglaterra. Maio de 1999.

O anexo à versão 3.0, foi produzido inicialmente por Nelson Pretto em maio de 1999.

 

(*) fonte:http://www.eliki.com/ancient/myth/dragon/content.htm

 

Ano: 
Tipo de Documento: 

Projeto

 

Projeto

 

O

projeto

"Construindo" "uma" "nova" "escola"

precisa primeiramente de uma definição da palavra aspas. Buscando no Aurélio, encontramos

Aspas Pl. de Aspa]. 1. Ver Asa: Cada um dos caixilhos revestidos de tela dos moinhos de vento; aspas 2. Sinais de Pontuação( `` `` ou " " ) com que se abre e fecha uma citação; comas, vírgulas dobradas. [ O segundo destes sinais ( " ou ") é usado para evitar a repetição de palavras em linha sucessivas]. 3. Arquit. Ornato em feitio de ziguezague. ~V. aspa ( cruzamento de peças, em forma de X, usado para garantir a estabilidade de armações, ou estruturas.)

PEQUENO DICIONÁRIO BRASILEIRO DA LÍNGUA PORTUGUESA ILUSTRADO - ED. Abril Cultural, Volume 1, Editor Victor Civita, 1971, SP, Brasil.

(…) s. pl. asas de moinho de vento; sinais ( `` `` ou " ") com que se abre e fecha citação ( emprega-se o segundo destes sinais) para evitar a repetição de palavras em linha sucessivas (sinôn.: conmas e vírgulas dobradas) Aspar: Pôr entre aspas ( sinôn. de aspear), crucificar na aspa; maltratar, mortificar, vexar.

O uso das palavras no mundo contemporâneo terminou ficando uma coisa muito difícil. As palavras são claras. São necessárias. Dizem coisas e tem um forte significado epistemologico. Mas mudam. Transformam-se. Transmutam-se. Vão sendo modificados com o tempo e, por vezes, sendo incorporadas pelo vernáculo. É a dinâmica da língua. Das línguas.

O desenvolvimento cientifico contemporâneo deste século que ora finda, levando junto com ele o milênio, introduziu novos elementos conceituais que modificam de forma substancial todas as áreas do conhecimento.

Complexidade, Caos, Hiperrealidade. Hipertexto. Ecologia Cognitiva. Realidade Virtual. Mecânica Quântica. Atratores Estranho. Buraco Negro. Palavras-conceitos ainda em processo de aprofundamento. Mas que já delineiam alguns novos elementos deste futuro que já é presente.

Por isso, todas as palavras to título de projeto estão entre aspas. E basicamente porque,

Construindo

Não é somente o pegar a ferramenta e modificar a matéria bruta. Construindo para nós é um processo. Um processo que pode, neste momento, não levar a nada de concreto. Pode, no fundo, nem usar concreto, cimento, madeira. Por isso as aspas.

Uma

Não é apenas de uno, de única. É algo de um possível entre tantos possíveis. Por isso as aspas.

Nova,

Não é um novo no sentido de algo como novidade. É, de novo, processo. É uma, são duas, três, talvez ene (n) que nas ciências chamadas de duras significa… e dai em diante ate o infinito. Por isso as aspas.

Escola

Pode não ser escola. E pode ser também. É espaço. Mas não só físico mas também físico. E também digital. E também virtual. É e não é escola. É educação em sentido amplo, não tendo como referencia, necessariamente, o agora, os tradicionais níveis, as áreas, as idades. Por isso as aspas.

FONT face=Arial size=2Enfim, um projeto de pesquisa, de ensino, de construção, de extensão, de interferência. Um projeto que envolve vários parceiros em várias instâncias. Quase a construção, o pensar e projetar uma instalação artística. Tudo isso com um grande

objetivo

que é o de envolver estudantes, professores, servidores de duas unidades da Universidade Federal da Bahia – de agora em diante chamada apenas de UFBA – em Salvador da Bahia, Brasil, para pensar ao longo de um semestre a Faculdade de Educação da UFBA.

Como

metas

esperamos poder ter um conjunto de projetos pensados e produzidos coletivamente que serão apresentados à comunidade acadêmica da UFBA no final do ultimo mês do milênio.

Estes

produtos

ficarão disponíveis para a comunidade da FACED para que ela possa em parceria com a Escola de Arquitetura e a Prefeitura do Campus da UFBA, definir o seu plano diretor para um período de tempo definido ao longo desse processo. Com isso, e numa

articulação

com a administração central da UFBA, o MEC, outros oragos públicos e a iniciativa privada poder executar as "obras", aqui também entre aspas pois pensamos em obras físicas no espaço da Faculdade mas também na rede digital de conexões intra e extra UFBA também, e com a mesma intensidade e importância na construção/re-construção/desconstrução/destruição dos "modelos" (desculpem-nos!) pedagógicos da FACED, quiçá da UFBA.

Mas esta articulação também se dará a nível de

pesquisa

visando a produção de dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre a temática espaço, urbanismo, arquitetura, escola e educação.

Neste sentido serão abertas inscrições para uma seleção especial – que ocorrera paralelamente aos dois programas de pesquisa e pós-graduação – para candidatos especificamente a está temática. O projetos serão avaliados por comissões de professores dos dois programas. Nesta articulação com a FAPEX, CADCT, BNDES e FINEP se pretende dotar os dois programas com bolsas de pesquisa para o desenvolvimento em ritmo acelerado de pesquisas nesta área que será considerada prioritária.

A

Operacionalização

Deste projeto se dará através de dois grandes movimento paralelos. Um destes movimentos será a elaboração do programa de pesquisa visando o doutorado e o mestrado alinhavado anteriormente. O outro, será o próprio desenvolvimento do

plano diretor da FACED

através da realização dos projetos dos alunos. Estes trabalhos iniciais, durante o segundo semestre de 1999 serão desenvolvidos na

disciplina Projetos XXXXXXX [nem sei se seriam em projetos e numa só disciplina. Isso seria uma idéia inicial!]

da Faculdade de Arquitetura envolvendo os professores XYZ, ABC, %^& e *^?. Estariam integrados a esta disciplina os professores da Faculdade de educação que participariam de aulas temáticas teóricas sobre o futuro da educação. Estes encontros, teriam como objetivo básico dar o suporte teórico para que os estudantes de arquitetura pudessem repensar a FACED. Ao mesmo tempo, eles seriam objetos de análise do grupo gestor da pesquisa no sentido de ao longo de um ano poder pensar e produzir conhecimento no sentido de melhor entender o papel das faculdades de educação na formação de profissionais para o próximo milênio.

numa primeira listagem de

temas e pessoas

para tratar destes temas teríamos:

Abertura geral e concepção do projeto – Nelson Pretto

Currículo? – Teresinha Froes

Avaliação - Caló

Financiamento – Robert Verhine

Educação, Ciência, Cultura: papel da FACED – Luis Felippe Serpa

Arte, Teatro, estripulias – Sérgio Farias

O corpo e o movimento... a educação física fica na FACED? – painel com Cessar e outros professores do Departamento III

Administrar o que? – Valdinei (PG), Rose (Depto II), Ianira (Sec) e Cristina (Projetos)

Por onde andaram os projetos de escola – Faculdade de Arquitetura

Anísio Teixeira e a Escola Parque – Mary Arapiraca

A PG vista de dentro e de fora – Miguel Bordas e Robert Verhine

Os estudantes existem? – DAs

No final do ano de 1999, será organizado uma semana de atividades envolvendo as duas universidades e demais parceiros para

repensar a educação na virada do milênio

onde serão apresentados os projetos da disciplina de graduação e os projetos de pesquisas aprovados para o mestrado e doutorado.

Encerrando a semana, será realizada uma mesa redonda com um

Painel

Composto pelos professores da Faculdade de Arquitetura que ofereceram a disciplina, a diretora da FACED, dois alunos(as) da disciplina e dois alunos da FACED.

Para a viabilização deste projeto se buscará captar

recursos

para viabilizar a

memória do projeto

através de fotografia, videografia e da produção de textos jornalísticos ao longo de todo o período do projeto.

pesquisa

bolsa de pesquisa para mestrandos e doutorandos

aquisição de acervo sobre a temática para a biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Montagem de uma biblioteca de referencia digital sobre a temática.

Infra-estrutura de equipamentos de informática para a pesquisa

Ensino

Bolsa de auxílio para os professores envolvidos com as disciplinas do projeto

Recursos auxiliares para a realização do projeto(copias, equipamentos de informática, filmes, vídeos, etc.)

obras físicas

articulação com empresas de construção civil, fornecedores de material de construção e outros órgãos públicos para viabilizar em etapas as obras na FACED

Londres, 01 de junho de 1999.

Nelson Pretto

pretto@ufba.nr

Este documento, nesta primeiríssima fase de discussão deve ter um circulação restrita e foi distribuído apenas aos seguintes professores:

circulação deste documento na primeira rodada

Ana Fernandes – diretora da Faculdade de Arquitetura

Luis Felippe Serpa - FACED

Sérgio Farias - FACED

Maria Ines Carvalho - FACED

Como a idéia é estabelecer parceria e não simplesmente busca de financiamento, sugiro que já na próxima semana a versão 1.0 deste documento possa ser distribuída para opiniões entre os seguintes órgãos/pessoas:

Cleilza Andrade - CADCT

Palmira Maroniconi - FINEP

Claudia Soares – BNDES

Presidente da FAPEX

Paulo Penteado – Pró Reitor de Graduação

Othon Jambeiro – Pró Reitor de planejamento

Geraldo Machado – FLEM

Luis Carlos Menezes – IFUSP

Iracy Picanço – Diretora da FACED

 

 

Ano: 
Tipo de Documento: