Mary de Andrade Arapiraca - Vice- Diretora

 

Discurso de Posse

 

Salvador, 12 de janeiro de 2000.

Sinto-me comprometida com todas as intenções expressas no discurso de Nelson de Lucca Pretto, nosso colega e companheiro, o qual traduz o momento da FACED e grande parte do seu projeto coletivo, iniciado e, de certo modo, em curso há algum tempo com o concurso de muitos.

 

Há sempre propósitos para cada instante, por isso gostaria de aproveitar este, para afirmar as coisas simples que elegi para ficar atenta durante esses próximos quatro anos:

 

A primeira delas é alegria no coração que amplia cada momento de nossa existência.

 

A segunda é a paciência, aquela paciência pedagógica que nos permite pegar enxergar ouvir e saborear, com conceitos e sem (pré)conceitos a riqueza dos encontros e desencontros de cada qual em seu cotidiano.

 

A terceira é a firmeza e a quarta, a perseverança.

 

A quinta, tomada de empréstimo de Ítalo Calvimo em suas propostas para o próximo milênio, agora bem mais próximo, é a leveza. "Cada vez que o reino do humano me parece condenado ao peso, digo para mim mesmo que à maneira de Perseu eu devia voar para outro espaço. Não se trata absolutamente de fuga para o sonho ou o irracional. Quero dizer que preciso mudar de ponto de observação. Que preciso considerar o mundo sob uma outra ótica, outra lógica, outros meios de conhecimento e controle. As imagens de leveza que busco não devem, em contato com a realidade presente e futura, dissolver-se como sonhos..." É assim que pensa Calvino e para mim é como se o milênio se abrisse a essa necessidade, pedisse isso.

A disposição para servir nos coloca nessa diretoria no momento e, aproveitando o ensejo pediria permissão a todos os presentes para dedicar este instante homenageando uma professora e dois professores - Eugênia Lúcia Néri, Juscelino Barreto dos Santos e José Oliveira Arapiraca - os quais tiveram particular influência em minha formação político-pedagógica e com suas histórias conseguiram demonstrar para min não, tenho certeza para muitos de nós, que a vida pode ser curta, mas não pequena.

Mary de Andrade Arapiraca

 

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