26 º MANIFESTO A CONGREGAÇÃO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FACED/UFBA

 

26 º MANIFESTO A CONGREGAÇÃO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FACED/UFBA
DESAFIOS DO TEMPO HISTÓRICO: EDUCAÇÃO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

 

26 º MANIFESTO A CONGREGAÇÃO DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

FACED/UFBA -

REUNIÃO ORDINÁRIA DIA 05 DE JULHO DE 2010.

DESAFIOS DO TEMPO HISTÓRICO: EDUCAÇÃO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO -

HÁ UM ABISMO ENORME ENTRE O QUE PRECISAMOS DA EDUCAÇÃO E O QUE ELA NOS OFERECE” 1

 

O Ano de 2010 iniciou de maneira drástica com o terremoto ocorrido no Haiti2 no dia 12 de janeiro, anunciando a vulnerabilidade da vida humana no planeta e continuou de maneira drástica, nos meses de junho e julho, com as chuvas torrenciais no nordeste do Brasil, atingindo de maneira avassaladora os estados de Pernambuco (39 Municípios) e Alagoas (18 Municípios) deixando um lastro de destruição nunca antes visto. Catástrofe esta que atinge a Rede Pública de Ensino deixando, no Estado de Pernambuco, aproximadamente, 36 mil estudantes sem aulas. Somente em Pernambuco foram destruídas 39 escolas, mais de 300 necessitam de reforma. A situação, em menor escala, está acontecendo na Bahia, onde os municípios do litoral, da zona da mata e do recôncavo, estão em estado de alerta e a defesa civil já registra mais de 150 chamadas de socorro, em decorrência das chuvas.3 A Turma do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da UFBA, sofre neste exato momento as conseqüências das chuvas torrenciais que inundam seus locais de hospedagem e aulas o que demonstra a necessidade da UFBA ter seu próprio alojamento e refeitório, no interior da universidade, para receber turmas do interior.

Ao tempo em que os meios de comunicação de massa enfocam a COPA DO MUNDO DE 20104, espetáculo que traz em si o contraditório entre a beleza estética e a ética capitalista, visível no esporte para o público, no esporte dos mais altos, mais fortes e mais velozes, esporte de altos rendimentos, o Brasil anuncia os resultados da 4º Conferencia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, empossa a nova direção da ANDIFES _ Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior, encaminha no parlamento o texto sobre autonomia universitária e, saem os resultados do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

Em plena realização da Copa do Mundo 20105, na África do Sul6, com todo o aparato da grande mídia mundial mobilizando mentes e corações, assistimos o esporte espetáculo, o esporte para o público, ganhar cada vez mais vulto. Sem dúvidas, o esporte é um fenômeno com uma força extraordinária. Alguns autores o localizam, ao lado da ciência, como o único idioma universal. Outros atribuem a ele um significado religioso ou quase religioso. E outros, como Chomsky (2005), reconhecem no esporte suas funções úteis, principalmente para a ordem do capital, e dentro dela a alienação humana7.

 

As visões idealistas de que o esporte é algo bom em si mesmo e que paira acima dos conflitos e confrontos humanos e sociais já foram severamente criticadas.8Ao traçarmos a gênese do esporte, podemos perceber claramente que, ao longo da história da humanidade, o aparente, e só aparente, jogo com caráter prazeroso, lúdico, criativo, investigativo, para apreender o real, compreendê-lo, explicá-lo, agir nele praticamente para transformá-lo, institucionalizou-se e assumiu a forma de esporte de caráter competitivo irracional, com uma lealdade irracional a sistemas de poder, com uma aquiescência passiva a valores assustadores. O esporte configurou-se ao longo da história humana, respondendo a contingências e necessidades próprias de formações humanas e socioeconômicas-culturais, como, por exemplo a formação econômica capitalista. Os investimentos, sejam eles pessoais, estatais e do grande capital especulativo demonstram a prática de beneficiar o desenvolvimento do “esporte para o povo”, esporte este que aliena, oculta, manipula o imaginário, mantém a elite sustentando a máxima “mais alto, forte e veloz”, com acirradas disputas, enquanto os demais assistem, batem palmas e compram os subprodutos da indústria cultural esportiva (camisetas, chapéus, fitas, bandeiras, bebidas etc.).

Com este modo de manifestação e pela forte veiculação na mídia, o esporte torna-se vetor político-ideológico. A propaganda usando crianças e veiculando a imagem do “campeão” bombardeia o cérebro dos telespectadores fomentando uma falsa consciência que esconde as verdadeiras forças motrizes do espetáculo esportivo.9As Revistas “Guia Oficial FIFA”, da Duetto e Landucci, o “Guia da Copa 2010” Especial Placar 40 Anos, da Abril e, o “Super Guia da Copa África do Sul 2010”, da editora Globo, demonstram em imagens e textos os valores predominantes a serem internalizados. Ali, prevalecem, nas propagandas, nas imagens, nas materiais, o que consumir, o ideal a atingir, os valores a preservar – ser campão, ser o melhor, o mais alto, o mais forte, o mais veloz, o mais belo. O rendimento, o lucro. Entre as imposições da FIFA para realizar os Jogos na África do Sul figuram o fim das barreiras protecionistas em relação aos seus produtos, como forma de ampliar lucros. Constam, ainda, a edificação de estádios que destruíram áreas verdes e desalojaram pobres, a exemplo do que aconteceu para a construção do Geen Point na Cidade do Cabo. A população negra está sob um violento toque de recolher e as manifestações proibidas.

Portanto, analisar o esporte isolado, fora do contexto de inter-relações econômicas e da luta de classes é atribuir-lhe uma autonomia inexistente. A História nos possibilita este compreensão. Para caracterizar a instituição esporte na atualidade podemos nos valer dos estudos de Jean-François Bourg, pesquisador do Centro de Direito e Economia do Esporte, da Universidade de Limoges/França. Bourg identifica em seus estudos dois momentos do esporte que correspondem a duas ordens econômicas. Uma, quando do restabelecimento dos Jogos Olímpicos Modernos em 1896, onde seu criador, o Barão Pierre de Coubertin, refere-se a uma moral aristocrática e estetismo virtuoso. Outra, quando as empresas patrocinadoras dos Jogos Olímpicos explicam, de outra forma, a sua participação financeira. A passagem de uma a outra submeteu o esporte a uma lógica produtivista (o rendimento) e a seu modo de avaliação (a moeda). Ainda segundo Bourg, com a aceleração deste fenômeno, a tensão crescente entre as leis da economia e a exigência ética do jogo colocam o problema das finalidades do esporte, da salvaguarda de sua credibilidade e até mesmo de sua sobrevivência”. Fatos recentes ressaltam a aceleração e, até mesmo, o agravamento do fenômeno: o capital transnacional assumindo a direção de empresas esportivas lucrativas e a eliminação e exclusão do considerado “não rentável”. Nesta ordem econômica, três movimentos de grande envergadura somaram efeitos:

  1. O esporte aparecendo como uma espécie de nova religião, o único modo de comunicação universal e acessível, oferecendo investimentos afetivos, resguardando símbolos e alimentando mitos e ainda prestando-se à dramaturgia - manipulação do imaginário popular - pelos meios de comunicação de massa, via televisiva;

  2. A obsolescência do sistema taylorista de organização do trabalho (disciplina, hierarquia, vigilância, controle, divisão de tarefas) e sua concepção militar de mobilização da força de trabalho e a manipulação dos “valores esportivos” como a lealdade, o senso de responsabilidade, o esforço pessoal, o espírito de equipe, caros às novas formas de gerenciamento científico da produtividade e da exploração da mais-valia.

  3. A criação de necessidades, com a emergência de um tempo livre e o desenvolvimento do mito do corpo, criando um verdadeiro setor econômico com taxas de crescimento elevadas, de 10% a 15% ao ano.

As imagens veiculadas pela mídia, as reportagens divulgadas na imprensa, demonstram o quanto estas teses tem aderência ao real. O hegemônico é uma comunicação universal única, de marca ADIDAS, comandando o gerenciamento do mundo produtivo e consumista, com a ilusão que torcemos por um país campeão.

Quiçá fossemos capazes de torcer por um projeto de nação soberana como somos capazes de torcer pelo “Brasil” na Copa do Mundo. Em 2014 a Copa do Mundo será no Brasil e exigirá de nosso país a demonstração que tem um lastro cultural esportivo elevado, o que depende sim, da escolarização esportiva, da Educação Física Escolar. O que exigirá a definição de parâmetros básicos nacionais e estaduais para a educação física escolar, tarefa que a UFBA, juntamente com os professores da rede Pública e a secretaria de Educação, chama para si, no próximo período. Contribuir para a definição de referencias curriculares básicas para a educação física escolar é uma responsabilidade da universidade, UFBA, da FACED, da Educação Física organizada em seu interior.

Quiçá fossemos capazes de lutar pelo que está próximo de nós, por exemplo, o Centro de Educação Física e esporte da UFBA, como somos induzidos a desejar o que está longe de nós – seremos campeões do mundo em futebol.

 

A situação precaríssima do CEFE para o desenvolvimento do ensino-pesquisa e extensão, constatada pelo testemunho de professores, estudantes, técnico-administrativos, que já não conseguem desenvolver suas atividades, não é de hoje, está cada vez mais grave e foi discutida em várias reuniões da Congregação, quando foi tratada a questão das reformas FACED/CEFE.

 

As medidas adotadas - solicitações para reparos, instalações, manutenções, preservação - tem se mostrado insuficientes. Faltam recursos financeiros, equipamentos, pessoal. O campo de futebol que tanto serve a UFBA quanto ao ISBA é mentido com apoio da ASSUFBA que também utiliza o campo para as atividades recreativas e de lazer.

 

Esta situação precaríssima do CEFE, com tendência a piorar, se não forem adotadas medidas radicais, pode ser um fator de estrangulamento do Plano de Desenvolvimento Institucional, vez que, impacta cursos de graduação e pós-graduação. Impacta na avaliação institucional. Impacta na capacidade da universidade receber a comunidade em seu Centro de Educação Física e Esporte para atividades educativas, de saúde, recreativa, de lazer. Salvador carece de espaços públicos com caráter educativo, espaços para práticas corporais esportivas e de lazer.

 

Urge ampliarmos as ações políticas para conseguirmos as verbas necessárias para as medidas imediatas no CEFE que dependem da aplicação de R$ 300.000,00.

 

A luta deve transcender a universidade. Caso a comunidade - interna e externa a UFBA - não se mobilizar para fazer do espaço do CEFE um espaço de referencia para o desenvolvimento da cultura esportiva popular, da comunidade, para atender crianças, jovens e adultos, teremos ali mais um espaço que servirá as elites e seus interesses privados. Os interesses do setor imobiliário especulativo.

 

Entre as medidas que estão sendo encaminhadas pela direção da FACED juntamente com a coordenação de colegiados de cursos e Departamento de Educação Física constam:

 

1. Plano de reformas orçadas em R$ 300.000,00 - Em discussão para viabilizar recursos disponíveis a FACED.

 

2. Instituto de Educação Física, Esporte e Lazer (IEFEL) - Aguardando posição do CONSUNI para aprovação. Elaboração de Planejamentos específicos para alocação de recursos em agencias financiadoras de obras e instalações de equipamentos.

 

3. Convênio firmado entre UFBA e Governo do Estado, aprovado no CONSUNI - Aguardando iniciativas para composição de equipe de trabalho para o planejamento das obras.

 

4. Plano de Desenvolvimento Departamental (ensino-pesquisa e extensão) – Aprovado no Departamento de Educação Física, do qual consta reformulação curso diurno, curso noturno, especialização, mestrado em Educação Física, já aprovado na UFBA, grupos de pesquisas, projetos e programas para desenvolvimento da área de ciências do esporte. Para implementação do Plano já foi esboçado o PRE-DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES necessárias.

 

5. Audiência com autoridades da reitoria – vice-reitoria, setor de Planejamento Físico -, para tratar de manutenção, reparos, instalações e reformas na FACED/CEFE.

 

6. Reunião com sindicatos e setor organizados da comunidade do entorno da UFBA para apresentação e discussão do Plano de Criação do Instituto de Educação Física, Esporte e Lazer e de construção de instalações esportivas no CEFE.

 

Vale destacar o esforço dos estudantes, através do Diretório Acadêmico, para chamar atenção e reivindicar melhorias para a formação, dentro do que consta reformulação curricular, melhoria da atuação docente e fundamentalmente as instalações físicas – Campanha pela melhoria da formação acadêmica.

 

Além do debate no interior da FACED/UFBA, conduzido pelos estudantes e, o debate na Congregação, estamos solicitando ao Conselho Regional de Engenharia um laudo técnico do CEFE, no que diz respeito as suas condições para ensino-pesquisa e extensão, bem como, pautando nos Grupos de Pesquisa da área da Educação Física, no interior da FACED e, com a imprensa - interna e externa a UFBA - o debate sobre o desenvolvimento da área de Educação Física/Ciências do Esporte e as condições objetivas da UFBA, frente à meta da política pública governamental de “colocar o Brasil entre as 10 maiores potencias esportivas do mundo até 2010”. Vale destacar que sem um lastro para tal, esta meta não será atendida. Atingir tal meta implica em investimentos na educação básica, nas universidades, na pesquisa, nos programas de governo para democratizar o acesso às práticas corporais cientificamente elaboradas, pedagogicamente tratadas e criativamente desenvolvidas.

 

Vale destacar também que, além de um campo de investigação científica, disciplina curricular, atividade livre de lazer, educativa, de saúde, para todas as faixas etárias, de treino para alto rendimento, para espetáculos esportivos, campo de atuação profissional em expansão, a Educação Física, Esporte e Lazer mobilizam esferas da economia política não desprezíveis.

 

Quanto a 4º Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, matéria que passa longe dos meios de comunicação de massa, temos a destacar que nos 25 anos do Ministério de Ciência e Tecnologia, o balanço demonstra que, muito foi feito mas muito há que se fazer, principalmente na educação básica visto que não tem como um pais avançar científica e tecnologicamente sem um consistente lastro nacional, identificável na educação, na escolarização da população, na qualidade desta escolarização. Lamentavelmente os dados de avaliações educacionais demonstram que estagnamos nos índices de 1995. Não decrescemos, mas avançamos muito pouco. Dois pontos também foram destaques nas discussões sobre desenvolvimento cientifico, tecnológico e inovação: a burocracia que as instituições de pesquisa estão sujeitas e o despreparo dos servidores técnico-administrativos para as questões de gestão e administração da atualidade. Falta qualificação, formação, preparo para as funções da atualidade neste campo.10 As universidades devem investir neste campo da administração é a recomendação que vem da 4º Conferencia de Ciência Tecnologia e Inovação.11

 

Destacou-se ainda nas discussões, a questão das Fundações e suas relações com as Universidades - , os impasses causados pelas restrições e a decisão do Tribunal de Contas da União de adiar até dezembro de 2010 o inicio do cumprimento do subitem 9.4.1 do Acórdão 2.731/2008, o anteprojeto de Medida Provisória (MP) elaborados pela SBPC e pela ABC referente a Lei 8.666/93 (Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos). A Emenda 36 à Medida Provisória (MP) 483/2010 foi rejeitada pelo plenário da Câmara dos deputados em 16 de junho e com isto continuam as restrições às Fundações de Apoio. Outro destaque na 4º Conferencia foi a participação dos movimentos de luta social, com suas reivindicações no campo da Ciência, Tecnologia e Inovação.12

 

Quanto a ANDIFES – Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior biênio 2010-2011, que elegeu em 16 de junho de 2010, o professor Dr. Edward Madureira Brasil (UFG) como presidente, aguarda o texto final do decreto que regulamentará a autonomia universitária. Na pauta como prioridade da ANDIFES, a consolidação da autonomia universitária, a reestruturação dos hospitais universitários e o fortalecimento da pós-graduação13. Não localizamos menções a avaliação do REUNI – programa que demonstrará seu esgotamento se não houver verbas suplementares para manter com qualidade o plano de expansão.

Quanto ao IDEB _ Índice de Desenvolvimento da Educação Básica14, que avalia o desempenho do estudante, com a referencia de 0 a 10, os dados do Censo Escolar 2009 revelam que são 31.705.528 matriculas no Ensino Fundamental e 8.337.160 matriculas no ensino médio no Brasil. Os dados demonstram ainda que ocorreu crescimento nas médias no ensino fundamental e que o ensino médio se mantém estagnado. A média nacional é de 3,6. 15

A respeito do ensino médio, a pesquisadora Wanda Engel da PUC-RJ alerta na Folha de São Paulo, Terça-Feira, 29 de junho de 2010, p. 3. que “a Sociedade Brasileira parece não ter-se dado conta da verdadeira crise de audiência que vem afetando o ensino médio”. Trata-se de uma verdadeira bomba relógio. O ensino médio não está formando para a emancipação humana, para a profissionalização, para a universidade e para o desenvolvimento cientifico e tecnológico do pais. Somente 16% as população economicamente ativa chega ao ensino médio. Na faixa etária de 18 a 24 anos, são 68% fora do ensino médio. 90% dos que freqüentam o ensino médio estão sendo preparados para a universidade, onde não chagarão visto que somente 10% consegue entrar e destes a maioria entra nas universidades privadas com baixos índices de desempenho escolar. Quanto as metas para os próximos dez anos, constatamos que estamos longe de atingi-las. Eunice Durham em entrevista ao Estado de São Paulo, sexta-feira dia 2 de julho pagina A19 afirma “Continuamos muito atrasados em relação a outros paises”. Segundo o ministro Fernando Haddad (Estado de São Paulo, 2 de julho, página A19 a “recessão educacional” que o pais viveu na era de Fernando Henrique Cardoso exige o estabelecimento de metas a serem atingidas até 2011 e que os índices de melhora são consistentes, e que chegaremos a patamares razoáveis em dez anos. Segundo Haddad o desempenho baixo no ensino médio já era esperado visto que hoje estão no ensino médio os que em 2001 estavam no ensino fundamental e demonstravam baixo desempenho que não foi recuperado nos anos seguintes o suficiente.

Ainda quanto ao IDEB _ Índice de Desenvolvimento da Educação Básica os dados revelam que, em Salvador, estamos situados entre os de mais baixo índice de desempenho e que, apesar de evoluirmos, estamos entre os Estados de pior desempenho no Brasil. Para exemplificarmos – SALVADOR. 1º a 4º Série EM 2005 = 2,8 EM 2007 = 3,5 EM 2009 = 3,2 (projetadas). De 5º a 8º Série Em 2005 = 2,5 EM 2007 = 2,7 EM 2009 = 2,5 (Projetadas)

No que diz respeito a política educacional para enfrentarmos os enormes desafios da educação nacional e avançarmos rumo a metas que pretendem colocar o Brasil entre os paises de boa educação, consta o PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – com suas diretrizes e estratégias de ação16, tramitando no parlamento, o que exigira mobilização nacional para que prevaleçam as reivindicações encaminhadas na CONAE 201017.

Outro ponto de enfrentamento na política educacional que está na pauta é o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente que vem sendo severamente criticado pelas entidades do campo da educação e já mereceu de nossa congregação uma moção de apoio pela sua rejeição.

Mais uma vez situamos a reunião da egrégia Congregação da FACED/UFBA do dia 05 de julho de 2010, no contexto conjuntural e estrutural da crise para justificarmos a relevância do trabalho acadêmico no seio de uma Faculdade de Educação, responsável pela formação de professores e, produção do conhecimento cientifico sobre teoria educacional e pedagógica. Responsável, também, por um trabalho de extensão que enfrenta um dos mais graves problemas educacionais do Estado da Bahia – a falta de 80 mil professores para a rede pública de educação.

A Congregação se reúne no momento em que se constata que o padrão cultural esportivo da população brasileira não foi elevado e, a democratização do esporte para todos não foi atingida. Momento em que planos de metas para o esporte indicam a pretensão do Brasil, contraditoriamente, de estar entre as 10 maiores potências esportivas mundiais, até o ano de 2022. Momento em que já foram definidas, para o Brasil, a realização das Olimpíadas Militares Mundiais para 2011, Copa do Mundo para 2014 e, Olimpíadas para 2016. Momento em que estamos rumo a nos tornar um "País Olímpico".   Momento em que temos a pretensão de abrir um novo instituto – Instituto de Educação Física, Esporte e Lazer – já na página da UFBA para visitação e opinião pública.

Reconhecendo que vivemos tempos contraditórios de avanços e, ao mesmo tempo processo de degeneração e decomposição do capitalismo, que está cada vez mais, expressando sua profunda crise, que é permanente, destruindo nações e destruindo conquistas e direitos dos trabalhadores, apresentamos os INFORMES SOBRE O EXPEDIENTE DA FACED/UFBA do qual constam:

 

I. ATA – Aprovação das atas dos dias

 

 

 

II. EXPEDIENTE - INFORMES

 

RELATO DE REUNIÕES:

 

  1. Reunião do CONSUNI ocorrida dia, 30 de junho de 2010. (Relato via internet anexo).

  2. Reunião do Fórum Permanente de Formação Docente do Estado da Bahia. Estabelecido cronograma de trabalho para semestre de 2010.2 para definição plano estadual de formação docente. (Relato via internet anexo).

  3. Reunião da Comissão Nacional de Educação do Campo (CONEC), ocorrida em Brasília nos dias 30 de junho e 1º e 2 de julho de 2010. (Relato via internet anexo).

  4. Reunião para organização e lançamento do POLO (CENTRO) DE REFERENCIA DA EDUCAÇÃO DO CAMPO DA UFBA dias 14 a 17 de julho de 2010. (Programação em anexo via internet)

 

 

CONTINUIDADE DO EXPEDIENTE INFORMES

 

  1. Realização do SIEPE – Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão da FACED UFBA. Período de 27 de setembro a 01 de outubro. Coordenação está encaminhando reuniões organizativas. (relato e chamads na rede internet).

  2. Encaminhamento a procuradoria federal e ao magnífico reitor processo do servidor Luã Lessa Souza – Exoneração por reprovação no estágio probatório – inassiduidade habitual devidamente comprovada.

  3. Encaminhamento do processo sindicância fatos ocorridos Departamento I. parecer da Comissão sob a presidência professora vera Fartes.

  4. Solicitação de aposentadoria da professora Márcia Pontes e servidora Izabel Maria Villela Costa, com as devidas saudações e agradecimentos pelos anos de serviços prestados a UFBA.

  5. Solicitação da Escola de Magistrados – Coordenadora Dra marielza Brandão paraparceria interinstitucional entre EMAB/UFBA/IAT. Disposição de construir proposta pedagógica . Atender aproximadamente 200 comarcas do interior da Bahia. Proposta de componente curricular piloto para proposta definitiva de capacitação a distância.

  6. Avarias em carros de professores no estacionamento do PAC – Relato da professora Amaleide Lima dos Santos que por duas ocasiões teve seu carro avariado.

  7. Programação para abertura do semestre letivo 2010.2 encaminhada pela coordenação do Curso de Pedagogia, professora Dra. Maria Couto (Anexo).

  8. SITUAÇÃO DO CEFE. Medidas que estão sendo encaminhadas: 1. Plano de reformas orçadas em R$ 300.000,00 - Em discussão para viabilizar recursos disponíveis a FACED; 2. Instituto de Educação Física, Esporte e Lazer (IEFEL) - Aguardando posição do CONSUNI para aprovação. Elaboração de Planejamentos específicos para alocação de recursos em agencias financiadoras de obras e instalações de equipamentos; 3. Convênio firmado entre UFBA e Governo do Estado, aprovado no CONSUNI - Aguardando iniciativas para composição de equipe de trabalho para o planejamento das obras; 4. Plano de Desenvolvimento Departamental (ensino-pesquisa e extensão) – Aprovado no Departamento de Educação Física, do qual consta reformulação curso diurno, curso noturno, especialização, mestrado em Educação Física, já aprovado na UFBA, grupos de pesquisas, projetos e programas para desenvolvimento da área de ciências do esporte. Para implementação do Plano já foi esboçado o PRE-DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES necessárias. 5. Audiência com autoridades da reitoria – vice-reitoria, setor de Planejamento Físico -, para tratar de manutenção, reparos, instalações e reformas na FACED/CEFE. 6. Reunião com sindicatos e setor organizados da comunidade do entorno da UFBA para apresentação e discussão do Plano de Criação do Instituto de Educação Física, Esporte e Lazer e de construção de instalações esportivas no CEFE. 7. Estimulo ao debate no interior da FACED/UFBA; 8. Solicitação ao Conselho Regional de Engenharia um laudo técnico do CEFE, no que diz respeito as suas condições para ensino-pesquisa e extensão; 9. Pautando nos Grupos de Pesquisa da área da Educação Física, no interior da FACED o debate sobre o desenvolvimento da área; 10) pautar com a imprensa - interna e externa a UFBA - o debate sobre o desenvolvimento da área de Educação Física/Ciências do Esporte e as condições objetivas da UFBA, frente à meta da política pública governamental de “colocar o Brasil entre as 10 maiores potencias esportivas do mundo até 2010”. 11) Apoio a campanha dos estudantes pela melhoria da formação acadêmica.

  9. REFORMAS FACED/CEFE - Arquiteta Olga, responsável pelo plano de reforma da FACED/CEFE está de férias até dia 12 de julho, quando retornará. Foi convidada para encaminhar por escrito e expor pessoalmente o Projeto Técnico e a planilha orçamentária de custos da reforma do CEFE. Reunião com vice-reitoria e planejamento físicoagendada para tratar das reformas da FACED/UFBA e instalação do elevador.

  10. INSTITUTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESPORTE E LAZER. Continua a mobilização em curso para coletar apoios. Pareceres de viabilidade técnica solicitados a Escola de Arquitetura e ao setor de Planejamento Físico. O Projeto está exposto na página da UFBA.

  11. Mestrado em Educação Física. Aprovado no Conselho Superior Acadêmico – Pesquisa e Pós-Graduação. Registrado na base da CAPES. Aguardando avaliação.

  12. MEDIDAS GARANTIR CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO TURMAS NOTURNO NA FACED. Encaminhamentos por oficio, pessoalmente e via internet para que as condições objetivas sejam reunidas – pessoal, infra-estrutura e segurança, transporte.

  13. Visita procurador Roberto Cordeiro dia 5 de julho às 14 horas agendada.

  14. Edital Aberto: Observatório da educação . Aberto até 18 de agosto às 18 horas.

  15. Edital Aberto: Edital Universal do CNPq até 5 de julho.

  16. Edital Aberto: Tecnologia da Informação – CNPq até 29 de julho.

  17. Edital aberto: Apoio a pós-doutores – (PNPD) . CAPES.

  18. Recebimento da 2º Cota do exercício de 2010 para FACED. Total R$ 16.196 sendo distribuídos R$ 8.098 (Consumo) e R$ 8.098 (Serviços).

  19. Recebimento Of. Circular nº 014/2010 GAB Com duas portarias. Conjunta nº 01/2010 que disciplina procedimentos administativos em mandato de segurança e Portaria nº 419/2010 estabelece padrões de utilização do Brasão da UFBA e para logomarca UFBA-Universidade Nova.

  20. PRODOCENCIA – Edital aberto até dia 9 de julho.

 

 

III. PROCESSO.

 

  1. Regimento Interno da FACED UFBA – Corrigindo redação final. (Enviado Via Internet)

 

IV. O QUE OCORRER

1Marco Antonio Raupp, presidente da SBPC, na sessão plenária “Educação de qualidade desde a primeira infância”, realizada durante a 4º Conferência Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação, Brasília 26 a 28 de maio de 2010.

2 O Haiti foi o primeiro país do mundo a abolir a escravidão e segundo o escritor Erico Veríssimo este exemplo custou a ser seguido pelos outros. Ver mais In: Deus e o Diabo no Haiti. A Tarde 17/01/10, p. B7. e A Tarde de 14/01/10 p. A 4.

3 Neste momento, dia 4 de julho de 2010, estamos as voltas com a Curso de Licenciatura em educação do campo em seu Tempo escola que também está sofrendo as conseqüências das fortes chuvas que estão caindo em Salvador. Ocorreram inundações nos quartos em que estão hospedados e nas salas de trabalho didático.

4 Pierre Bourdieu, nos seus dois volumes entitulados “CONTRAFOGOS: Tática para enfrentar a invasão neoliberal”, destaca no livro 1 pagina 77 “ É preciso inventar novas formas de comunicação entre pesquisadores e militantes....uma das missões que os pesquisadores podem cumprir, talvés melhor do que ninguém, é a luta contra o martelamento da mídia.

5 Já foram realizadas 19 Copas do Mundo. As Copas são realizadas de 4 em 4 anos e a primeira foi em 1930 no Uruguai, 1934 na Itália, 1938 na França, 1950 no Brasil, 1954 na Suíça, 1958 na Suécia, 1962 no Chile, 1966 na Inglaterra, 1970 no México, 1974 na Alemanha Ocidental, 1978, Argentina, 1982 na espanha, 1986 no México, 1990 na Itália, 1994 nos Estados Unidos, 1998 na França, 2002 na Correia do Sul e Japão, 2006 na Alemanha, 2010 na África do Sul. Em 2014 será no Brasil. O Brasil foi campeão mundial em 1958 na Suécia, 1962 no Chile, 1970 no México, 1994 nos estados unidos, 2002 na Correia do Sul e Japão.

6 As sedes dos jogos são em Joanesburgo na província de Gauteng; Ellis Park, na província de Johanesburgo; Cidade do Cabo, na província de Cabo ocidental; Durban, na província de KwaZulu-Natal; Port Elizabeth na província de Cabo Oriental; Tshwane/Pretoria na província de Gauteng; Mangaung/ Bloemfontein na província de free State; Rustemburgo na província de Noroeste; Nelspruitt na providencia de Mpumalanga; ; Polokwane na província de Limpopo.;

7 Ver mais a respeito no blog “Esporte em Rede” de Welington Araújo. http://esportemrede.blogspot.com/2010/06/sobre-copa-de-2010.html

8 Podemos mencionar entre estes os estudiosos Borgs, Chomsky, Norbert Elias, Bourdieu, Dieckert, Hildebrandt-Stramann, Bracht, Assis de Oliveira, Ortega, Kunz, Taffarel, entre outros. Recomendamos também http://blogdojuca.uol.com.br/.

9 Sobre esporte-espetáculo ver: BROHM; Jean-Marie; PERELMMAN; Marc; VASSORT; Patrick. Esporte-espetáculo: A ideologia e suas vítimas. In: Política Democrática. Revista de Política e Cultura. Fundação Astrojildo Pereira. Brasília, 2004.

10 Ver mais a respeito Burocracia pode atrapalhar chance de contratar cientistas estrangeiros In: Jornal da Ciência 25 de junho de 2010, Ano XXIV nº 669 pagina 6.

11 Ver mais a respeito “Universidades devem investir em administração. In: 11 de junho de 2010, Ano XXIV nº 668, pagina 9.

12 Ver mais In: JORNAL DA CIÊNCIA 11 de junho de 2010, Ano XXIV nº 668.

13 Autonomia Universitária. Reitores aguardam texto final do decreto. In: Jornal da Ciência 25 de junho de 2010, p. 5.

14 Segundo o sitio do INEP o IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - foi criado pelo Inep em 2007, em uma escala de zero a dez. Sintetiza dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: aprovação e média de desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil.. A série histórica de resultados do Ideb se inicia em 2005, a partir de onde foram estabelecidas metas bienais de qualidade a serem atingidas não apenas pelo País, mas também por escolas, municípios e unidades da Federação. A lógica é a de que cada instância evolua de forma a contribuir, em conjunto, para que o Brasil atinja o patamar educacional da média dos países da OCDE. Em termos numéricos, isso significa progredir da média nacional 3,8, registrada em 2005 na primeira fase do ensino fundamental, para um Ideb igual a 6,0 em 2022, ano do bicentenário da Independência. http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/ideb/news10_01.htm

15 Ver mais no sitio do Ministério da Educação e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Foi divulgado no dia 1º de julho, o resultado nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb 2009 que mostram uma evolução na qualidade da educação em todos os níveis de ensino - primeira e segunda etapas do ensino fundamental e ensino médio. As metas de progressão estabelecidas foram superadas. Segundo o INEP “Na primeira fase do ensino fundamental, o Ideb passou de 4,2 para 4,6, superando a meta prevista para 2009 e atingindo antecipadamente a de 2011. A análise do crescimento nesse nível mostra que o aumento de notas dos estudantes nas provas responde por 71,1% do acréscimo no Ideb. O percentual de 28,9% da evolução se deu em razão da melhora nas taxas de aprovação escolar.” Ainda segundo p INEP “Nos anos finais do ensino fundamental, o Ideb do País evoluiu de 3,8 para 4,0, superando a meta para 2009 e também ultrapassando a de 2011, que é de 3,9. O aumento nas notas que os estudantes obtiveram na Prova Brasil explica 64% desse crescimento, enquanto os outros 36% são decorrentes da melhora nas taxas de aprovação. No caso do ensino médio, o Ideb do Brasil avançou de 3,5 para 3,6, superando a meta nacional de 2009.

17 O Documento Final da Conferencia Nacional de Educação indica concepções, proposições e potencialidades para as políticas nacionais de educação, bem como a sinalização de perspectivas direcionadas à garantia de educação de qualidade para todos/as. É um marco para a construção de um novo Plano Nacional de Educação com ampla participação das sociedades civil e política. O processo poderá possibilitar, ainda, o aprofundamento da discussão sobre a responsabilidade educacional, envolvendo questões amplas e articuladas como gestão, financiamento, avaliação, formação e valorização profissional, em detrimento de uma concepção meramente fiscalizadora e punitiva sobre os/as educadores/as. O Documento Final, em coerência com o Documento-Referência para as conferências municipais, intermunicipais, estaduais, distrital e nacional e com o Documento-Base para a etapa nacional da Conae, mantém a estrutura dos seis eixos temáticos: I – Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional; II – Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação; III – Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar; IV – Formação e Valorização dos Trabalhadores em Educação; V – Financiamento da Educação e Controle Social; VI – Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade.

 

 

 

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