AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR:
OS PARADOXOS NA UFBA E NA FACED

         Introduzimos o expediente na reunião da Congregação FACED/UFBA no dia 5 de maio destacando que a Câmara de Graduação da UFBA aprovou dois cursos de formação de professores em serviço, por solicitação da Faculdade de Educação. Um deles é o Projeto Irecê, que prevê turma com 100 professores em exercício no município de Irecê. Será a segunda turma do projeto Irecê, financiado pela prefeitura municipal. O outro curso é o de Licenciatura em Educação do Campo, que oferecerá 50 vagas e será realizado em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo (UFRB). O projeto político-pedagógico do curso foi construído com a participação dos movimentos de luta social no campo, gestores e professores de 11 unidades de ensino da UFBA e da UFRB e contará na sua implementação com recursos do MEC/SESu/Secad. A aprovação desses cursos é significativa, conforme bem destaca a professora Iracy Picanço, “porque consolida a participação da unidade no esforço do país para qualificar seus professores, um  fator chave (entre outros) para a melhoria da qualidade da educação básica, especialmente na região Nordeste.De outro lado  significa, também, a nossa participação para que o Brasil dê conta de um compromisso internacionalmente firmado, ou seja, todos os professores brasileiros em exercício na Educação Básica (Ensino Infantil, Fundamental e Médio) devem ter formação de nível superior”.

         Destacamos também e chamamos a atenção para a avaliação institucional, pelas seguintes razões: a) ocorreram três visitas de Comissões do INEP/MEC a FACED/UFBA para coleta de dados referentes ao reconhecimento e recadastramento dos cursos de Licenciatura em Educação Física (16 a 19 de abril), do curso de Licenciatura em Pedagogia Séries Iniciais, Projeto Irecê (28 a 30 de abril) e Projeto Salvador. Das três visitas, duas efetivaram o processo – Educação Física e Projeto Irecê. A visita ao Projeto Salvador foi cancelada vez que faltavam dados cadastrais no sistema do INEP; b) estamos desenvolvendo procedimentos de balanços dos setores que compõe a FACED/UFBA, através dos relatos em reuniões de Congregação para efetivação do Plano Diretor, anual da unidade, conforme estabelece o Capitulo III - Dos órgãos de ensino, pesquisa extensão. Seção I Das unidades, Subseção IV, Art. 43, Inciso III; c) A repercussão nacional que assume o mau desempenho dos cursos da UFBA (Medicina, Direito) e as justificativas racistas e improcedentes apresentada pelo coordenador do Curso de Medicina.

A visita das Comissões as unidades é um procedimento que está sendo adotado nos, aproximadamente, sete mil cursos de graduação existentes no Brasil. Constitui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior no Brasil (SINAES – LEI nº. 10.861, d 14 de abril de 2004), é executado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério de Educação, através da Comissão Nacional de Avaliação de Educação Superior (CONAES).

A avaliação da Educação Superior no Brasil vem ganhando destaque como forma de controle e de definição de políticas que estimulem a expansão competitiva no ensino superior. É nesse sentido que se coloca a introdução do credenciamento periódico das IES, a consolidação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), a análise das condições de oferta dos cursos de graduação e os censos do ensino superior, que também estão se constituindo em instrumentos fundamentais no processo de ampliação das informações gerenciais e no controle das instituições. Estas medidas estão voltadas para estimular quatro dimensões do ensino superior, introduzidas como referencia no Governo de Fernando Henrique Cardoso e mantidas no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a saber: a) expansão competitiva; b) modernização do ensino de graduação e; c) adoção de políticas educacionais para o ensino superiores focais e compensatórias; d) estimulo a qualidade;

         O resultado desses novos processos centralizados de avaliação, especialmente do ENADE e do SINAES, tem sido a publicação de rankings das universidades, a ameaça de fechamento de cursos ou o recredenciamento automático para aqueles que obtiverem os melhores conceitos. A UFBA, e dentro dela a FACED, não está incólume a tais processos. O escândalo em torno da situação do Curso de Medicina da UFBA, principalmente com as declarações descabidas da coordenação para justificar o mau desempenho, são exemplos disto. Culpabilizar os estudantes não procede. Sabemos que as raízes desta catástrofe são mais profundas e estão relacionadas ao financiamento da educação e o sucateamento do ensino superior público no Brasil. O paradoxo está no fato de que algo que deveria permitir os avanços não pode ser utilizado para punir pessoas ou instituições, muito menos para alienar ao invés de desalienar, muito mais para subsumir do que para emancipar.

Os estudos recentes, por exemplo, apresentados no Simpósio 34 do ENDIPE (POA, 27 a 30 de abril de 2008) sobre “Políticas Públicas de Avaliação e qualidade de educação” apontam que a avaliação da educação superior apresenta-se sob perspectivas distintas, indicando debates e posições que traduzem o horizonte político e teórico-metodológico em que esta categoria é concebida e conceituada no âmbito da gestão acadêmica e administrativa das Instituições de Ensino Superior. São evidentes duas tendências opostas que balizam o debate na área: uma que tem por finalidade básica a regulação e o controle centrado em instrumentos estandardizados e, outra, voltada para a emancipação por meio de mecanismos e processos avaliativos que promovam a compreensão e o desenvolvimento institucional. A primeira abordagem assume, segundo os pesquisadores da área, várias tipologias, sendo conhecida, dentre outras, como avaliação centralizadora, funcional, contábil, operacional, de resultados. A segunda, por sua vez, recebe fundamentalmente as designações de avaliação formativa, participativa, efetividade social e científica.

Estamos defendendo perante a Congregação da FACED/UFBA a necessidade sim de avançarmos em uma cultura avaliativa na Faculdade, mas, em uma perspectiva emancipatória, onde a avaliação não cumpre apenas o papel de controle e mensuração da eficiência institucional, mas apresenta-se como lógica indutora do desenvolvimento institucional, que se quer autônomo, e da promoção dos seres humanos, dos trabalhadores da educação, envolvidos no processo de produção acadêmica.

É nesse sentido, da avaliação formativa, buscando a melhoria da instituição e dos processos de gestão no seu interior por meio da humanização do trabalho acadêmico que defendemos a avaliação enquanto processo sistemático como expressão da articulação de esforços, ideológicos e político-pedagógicos, visando à melhoria da instituição e dos trabalhadores da educação com base em procedimentos e indicadores que expressem o direcionamento institucional construído coletivamente. A seguir expomos elementos que nos permitem tirar conclusões sobre esta perspectiva de avaliação formativa.

A avaliação externa das universidades é orientada pelas diretrizes que tratam da qualidade das instituições de ensino superior para manterem as atividades fins e pela metodologia, da qual consta a utilização de instrumentos, atribuição de conceitos, hierarquia das dimensões avaliadas e indicadores e padrões de atribuição de conceitos. Os instrumentos utilizados foram regulamentados pela portaria nº 300 de 30/01/2006 do MEC.

         A sistemática da avaliação institucional estabelecida pelo SINAES é constituída com base em três processos de avaliação, que estão articulados entre si e buscam captar indicadores de qualidade, em distintos níveis e enfoques:

A) Avaliação da Instituição (Auto-avaliação e Avaliação Externa);

B) Avaliação do desempenho dos estudantes

C) Avaliação dos cursos de graduação.

         A avaliação externa constitui-se na base de avaliações quantitativas e qualitativas. Os dados quantitativos estão expressos em documentos e registros do MEC e da Instituição dentro do que consta o que a instituição se propõe a cumprir e o que foi capaz de realizar. Os dados qualitativos dizem respeito a dez dimensões estabelecidas pelo SINAES a saber:

  1. Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional
  2. Perspectiva cientifica e pedagógica formadora: Políticas, normas e estímulo para o ensino, a pesquisa, e a extensão;
  3. Responsabilidade Social;
  4. Comunicação com a sociedade;
  5. Política de Pessoal, carreira, Aperfeiçoamento, Condições de Trabalho.
  6. Organização e gestão da Instituição.
  7. Infra-estrutura física e de apoio.
  8. Planejamento e avaliação.
  9. Política de atendimento aos estudantes.
  10. Sustentabilidade financeira.

O trabalho realizado pelas comissões na FACED/UFBA foi acompanhado pela Coordenação do Colegiado de Educação Física, professor Dr. Cláudio Lira dos Santos Júnior e Colegiado do Projeto Irecê professoras Dra. Inês Carvalho e Dra. Rosely Sá, pela direção da FACED, professoras Celi Taffarel e Iracy Picanço.

Constaram da avaliação: a) análise documental e de dados disponíveis; b) reunião com direção e coordenação; c) reunião com corpo docente; d) reunião com estudantes; e) preenchimento de formulários; f) reunião com funcionários de biblioteca; g) visitas as instalações em todos os prédios onde as aulas ocorrem, do CEFE ao ICS e no caso do Curso de Pedagogia para as Séries Iniciais, nos municípios de Irecê. h) análise de projetos expressivos e da produção dos grupos de pesquisa; i) Preenchimento de formulários; j) elaboração e envio do relatório final ao INEP/MEC; k) reunião de encerramento com as direções e as coordenações. A Comissão nos informou que encaminhou o relatório e que os resultados da presente avaliação deverão ser comunicados oficialmente a UFBA em breve. Aguardaremos o comunicado oficial de nossa avaliação externo, mas não nos eximimos de tratar do assunto imediatamente.

Acompanhamos o trabalho, fornecemos dados, dialogamos com as comissões.   Foram necessários os seguintes documentos, com informações referentes aos itens abaixo e foram desenvolvidas as atividades mencionadas a seguir:

  1. UFBA: PDI (Projeto de Desenvolvimento Institucional) e PPI (Projeto Político Pedagógico Institucional)
  2. FACED: PDI E PPI
  3. DEPARTAMENTO: PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional Departamental e Projeto Político Pedagógico)
  4. CURSO PPP (Projeto Político Pedagógico Curricular)
  5. CURRICULO DO CURSO: Com planos e projetos organizados, atualizados e aprovados demonstrando consistência e coerência interna. Atenção especial nas referencias bibliográficas. O que é citado, utilizado deve estar disponível na biblioteca. A integração entre: graduação; especialização; mestrado.
  6. CURRICULUM VITAE DOS DOCENTES: Com dados precisos, atualizados. Pasta do professor.
  7. FINANCIAMENTO: Orçamentos, custos, prestações de contas.
  8. BIBLIOTECA: atualizada, informatizada. Coerente com o que é citado e utilizado nas atividades fins (ensino-pesquisa e extensão).
  9. GRUPOS DE PESQUISA: Ementa, Projetos, Planos e Programas, Equipes,  Infra-estrutura. Relatórios. Inserção na pós-graduação. Relatórios e dados disponibilizados.

 

Alem dos documentos analisados foram realizadas também reuniões entre:

  1. Corpo docente: Depoimentos de Docentes.
  2. Discentes: Representação estudantil.
  3. Técnico-administrativo: Equipe da biblioteca

No que diz respeito ao corpo discente, os estudantes do Curso de Educação Física entregaram um documento expressando sua posição de contestação ao SINAES que coleta dados e não dá retorno efetivo aos cursos, ao ENADE que não mede competências globais dos estudantes. expressaram também suas insatisfações com a situação atual do curso que não tem instalações próprias, com a dispersão dos horários durante o dia e, a necessidade da implementação da reformulação ainda em curso. Quanto ao Projeto Irecê ocorreu uma reunião com aproximadamente 100 estudantes que deram seus depoimentos sobre a relevância social do curso e suas aprendizagens significativas.

Ao acompanhar os trabalhos da Comissão de Avaliação da Educação Física, dentro dos limites éticos e da autonomia das esferas, constatamos a partir deste intenso e exaustivo trabalho, o que já foi constatado na avaliação interna do departamento de educação física e do curso de licenciatura em educação física, e que consta de relatórios e do Plano Estratégico aprovado em reunião departamental em 2004 e 2005. Constatações estas que exigiram a reformulação curricular que hoje tramita na Câmara de Graduação da UFBA. Quanto ao projeto Irecê, a avaliação externa constou da ida a Irecê onde foi possível verificar a infra-estrutura disponível que aponta para um Campus avançado da UFBA no interior da Bahia, reunião com docentes e discentes e analise documental.

Podemos ser contra os SINAES, enquanto instrumento de política educacional que se articula com outras medidas em curso que comprometem a autonomia e o financiamento das instituições públicas no Brasil, mas, chamais serem contra avaliações rigorosas que nos permitem avançar em nossas funções precípuas, enquanto universidade pública, a saber: universalização da educação superior com qualidade socialmente referenciada.  

Para ressaltar as responsabilidades e a necessidade de ações na linha de enfrentar a superar contradições, dificuldades, desafios e mantermos o ensino superior de qualidade passamos a mencionar o que foram problemas, já constatados na avaliação interna do Curso de Educação Física e, novamente, identificados na avaliação externa. Problemas a serem sanados de imediato, a médio e longo prazo. Os principais problemas são os seguintes:

1. DADOS DOS DOCENTES: Corpo docente altamente titulado em sua maioria mas com as pastas completamente desatualizadas. Docentes altamente titulados, mas a maioria com baixa produtividade. Docentes altamente titulados, mas, com pouca dedicação a instituição o que é visível em relação às atividades de ensino, pesquisa e extensão na graduação e na pós-graduação, visível nos curriculuns vitaes disponíveis na plataforma Lattes do CNPq. Corpo docente com dedicação a mais de duas instituições. A maioria dos docentes não publica em periódicos nacionais. Fornecimento de dados e informações por parte dos docentes com inconsistência e incoerência.

2. PROGRAMAS DE DISCIPLINAS: A maioria desatualizados e sem a devida aprovação no departamento.

3. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS DOS PROGRAMAS: Das 27 disciplinas do curso de Educação Física, sete sem referencia bibliográfica. Aproximadamente 50% das referências inexistentes na biblioteca.

4. GRUPOS DE PESQUISA: A maioria sem planos e relatórios em dia. Somente três com inserção na pós-graduação.

5. NORMATIZAÇÃO, DOCUMENTAÇÃO REGULATORIA - NORMAS, LEIS – Documentos dispersos entre reitoria, departamento, colegiado e diretoria. Desatualizada e muitas coisas sem serem cumpridas, por exemplo, em relação a estágio, a apresentação de programas de disciplinas, relatórios de atividades. Registros inexistentes ou pouco consistentes, diluídos e dispersos.

6. INFRA-ESTRUTURA: Completamente inadequada, imprópria, sem manutenção, com riscos de morte, principalmente o Centro de Educação Física e Esporte. Inexiste um Centro de Esportes considerando as plantas originais e o que existe atualmente. Condições precárias de laboratórios tanto no CEFE, quanto na FACED, quanto no ICS.

7. PATRIMÔNIO: materiais e equipamentos: Visível, medível e comparável a falta de manutenção, a falta de controle patrimonial, a falta de equipamentos modernos, atualizados, isto tanto na educação quanto na área da saúde onde ocorrem aulas do curso de educação física.

8. FINANCIAMENTO: Insuficiente para a faculdade, inexistente para a graduação. Insuficiente para a biblioteca.

9. PDI E PPI: desarticulados concretamente com planos de desenvolvimento departamental e com aspirações curriculares. Situação agravada pela exclusão da FACED/UFBA do REUNI, apesar da Educação Física ter aprovada, anterior ao REUNI, a reestruturação do curso diurno, abertura do noturno, cursos de especialização, curso de mestrado, expansão de grupos de pesquisa, construção do centro de esporte, enquanto centro de referencia de formação de professores de educação física e referencia da cultura corporal e esportiva.

10. CURRICULO defasado e que se manteve durante muitos anos sem alterações. Dez anos para reconhecimento do curso. Não se cumpre à legislação da década de 90 em relação a trabalho de conclusão de curso, em relação à prática do ensino e ao estágio supervisionado. Currículo extensivo, centrado ainda na área biológica e desportivizado. Currículo com as disciplinas das áreas de ciências sociais e humanas dispersas e diluídas, sem conexão entre si e sem muito vínculo com o objeto especifico – educação física, esporte, lazer. Propostas de alterações curriculares em tramitação.

11. ESTUDANTES insatisfeitos com o atual currículo, com os atrasos na formação em decorrência do curso ser diluído no dia e na semana (manha, tarde e noite), concentrado em dois dias da semana (terça e quinta-feira) atender mais os interesses dos docentes e seus ajustes de horários do que os interesses dos estudantes para se formarem. Pouca bolsa de iniciação cientifica, iniciação a docência, de assistência estudantil. Corpo docente não tem um programa de apoio ao desenvolvimento acadêmico discente fora da sala de aula. Os eventos são dispersos e ligados mais a interesses docentes do que dos discentes. O número de bolsas, o apoio para participar de eventos científicos é reduzido. Estudantes com dificuldades para acessarem seus dados acadêmicos e sem suficiente assistência estudantil. Curso sem instalações próprias e adequadas à área.  

12. CORPO TÉCNICO-ADMINITRATIVO: Visível a precarização e terceirização a partir da vigilância, portaria, limpeza. Faltam funcionários técnicos administrativos nas secretarias, na manutenção, na informatização, na comunicação, na contabilidade.

Ressaltamos que as perspectivas de expansão da área da educação física/ciências do esporte na UFBA, apesar das condições atuais, são promissoras, pelo que evidenciam os seguintes dados:

1º) reformulação do currículo do curso diurno de educação física;

2º) abertura do curso noturno de educação física;

3º) aprovação na Congregação e no CONSEPE do mestrado em educação física;

4º) desenvolvimento da especialização gratuita em metodologia do ensino e da pesquisa em educação física, e sua terceira versão;

5º) instalação de novos grupos de pesquisa e consolidação dos antigos;

6º) indicação para criação de nova unidade de ensino na UFBA na área de ciências do esporte.

Contraditoriamente, as atuais condições do CEFE estão repercutindo, tanto em avaliações internas da FACED/UFBA, quanto na avaliação externa do curso de licenciatura em educação física realizada pela Comissão do INEP/MEC, o que exige de nossa parte a intensificação de ações para encontrarmos as melhores soluções para garantir a expansão do ensino superior, de acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFBA, tanto na graduação, quanto na pós-graduação e na produção do conhecimento científico com qualidade.

A partir dos dados da avaliação interna, somada aos dados e indicadores que compuseram a avaliação externa podemos tirar lições que servirão, não somente para as demais avaliações externas que estão para ocorrer na FACED/UFBA, exigidas por lei e executadas pelo INEP/MEC, mas, principalmente, para que se eleve o grau de consciência e de responsabilidade dos que fazem a UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – isto significa, do magnífico reitor da UFBA, aos docentes, aos discentes, aos funcionários técnico administrativos e, principalmente a comunidade em geral, a população da cidade, do estado, do país, para quem, a universidade deveria ser imprescindível.

Este patamar de consciência política precisa ser alcançado para que se quebre o éthos do trabalho acadêmico perverso e indigno que se atingiu mediante a privatização interna da universidade, com a crescente desresponsabilização do Estado com a educação superior pública e com o abandono das trincheiras de resistência histórica contra a destruição da universidade pública. Éthos atingido também com a implementação do REUNI que atropela planos diretores, planos de desenvolvimento institucional e planos pedagógicos, fere a autonomia universitária e fragmenta a instituição em unidades isoladas cada uma por si mesma.

O que nos cabe fazer é continuarmos com as avaliações e balanços internos e externos permanentes para reconfigurarmos o projeto de universidade pública imprescindível ao desenvolvimento soberano do Brasil. Para planejarmos coletivamente a Faculdade de Educação necessária e vital para a região. Que as avaliações nos sirvam sim, para enfrentar e superar contradições e garantirmos que as funções sociais da universidade sejam integralmente cumpridas, não pelo sacrifico de poucos, mas pela determinação política de todos que reconhecem o que representa para uma nação que se quer soberana, a autonomia e qualidade socialmente referenciada de sua universidade pública. O que significa o esforço para formar professores para enfrentarem os desafios da educação pública enquanto direito universal de cada um e de todos.

Considerando, ainda, que a UFBA está passando por uma profunda reformulação e convivemos com tensões constantes, estamos propondo que priorizemos nas reuniões da Congregação, as atividades fins (ensino-pesquisa-extensão) e, na seqüência, as atividades meios (administração e gestão da comunicação, informática, pessoal, instalações, patrimônio, equipamentos, orçamentos, energia, abastecimento; Biblioteca, CEFE), em função das contingências estabelecidas na UFBA, em decorrência da implementação do REUNI, que incide no Plano Diretor, no Plano de Desenvolvimento Institucional e no Projeto Pedagógico da UFBA.

A data limite para apresentação de novas propostas para cursos de graduação encerra dia 30 de maio. Estamos propondo que as indicações de cursos novos de formação de professores se desenvolvam com um profícuo, sólido e consistente debate sobre a concepção de formação de professores e dentro de um projeto unificado que rompa com o isolamento dos cursos na FACED/UFBA. Assim, também, as demais dimensões e concepções sejam debatidas, aprofundadas e consolidadas dando coerência e consistência ao Plano Diretor da FACED UFBA. Isto nos permitirá traçar um novo ORGANIGRAMA para a FACED.



 

Estamos propondo também que as exposições dos setores na Congregação ocorram nas reuniões ordinárias, sejam acompanhadas pelo escrito e se dêem na seguinte ordem:

 

 

SETOR

DATA

RESPONSÁVEL

OBSERVAÇÕES

Pós-Graduação: M/D em Educação.

Março/Abril

Coordenação

Já expôs. Falta MINTER. Falta transcrever fala e apanhar material exposto.

Pós-Graduação: Doutorado em Difusão do Conhecimento

05.05.08

Coordenação

 

Graduação

05.05.08

 

Relato das iniciativas e situação atual

Graduação

12.05.08

Coordenadores de colegiado

 

Graduação

19.05.08

Coordenadores de comissões cursos novos

 

Graduação

26.05.08

Coordenadores de comissões cursos novos

 

Biblioteca

02.05.08

Coordenação do setor

 

 

Grupos, Pesquisas, Projetos e Programas.

09.06.08

Comissão designada coordenação

 

CEFE

16.06.08

Comissão Coordenação designada

 

Especialização

23.06.08

Comissão designada

 

Extensão

30.06.08

Comissão coordenação designada.

 

MEIOS – APOIO

Comunicação, publicações

BOLETINS

REVISTA

EDUCANAL

RÁDIO FACED

07.07.08

 

Ou 04.08.08

Comissão designada, coordenação editores.

 

MEIOS - APOIO

LABORATÓRIOS

14.07.08

Ou 11.08.08

 

 

MEIOS – APOIO

Administração e gestão. Secretaria de apoio - orçamento, patrimônio, pessoal

21.07.08

Ou 18.08.08

Direção e equipe de chefias.

 

DEPARTAMENTOS

I, II, III

28.07.08

Ou 25.08.08

 

 

 

         Para além das lições da avaliação, da proposta do Cronograma para as exposições dos setores na Congregação, estamos disponibilizando informações sobre os seguintes assuntos:

  1. Posições da FACED no CONSUNI e CONSEPE em relação à implementação do REUNI que incide no Plano Diretor (Diretrizes e estratégias para a construção do plano diretor de desenvolvimento físico e ambiental da UFBA), Plano de Desenvolvimento Institucional (Alocação de Vagas, Concurso para seleção de docentes, Assistência estudantil) e Projeto Pedagógico da UFBA (Organização dos cursos de graduação, Licenciatura, Bacharelado, Formação profissional, Curso superior de tecnologia, Bacharelado interdisciplinar). Reuniões com reitor. Próximas reuniões no CEFE dia 8 de maio quinta-feira às 15 horas, com Comissão e, dia 21 de maio, quarta-feira, com a congregação.
  2. Bolsas PERMANECER, PIBIC, PIBID, Monitorias. Solicitando providencias.
  3. Relatório Fundações. Uma enviou. Foi disponibilizado. Discussão referente ao percentual para manter FACED/UFBA, prevista nos projetos.
  4. Estacionamento – expediente enviado em conjunto com ADM e PAC. Reunião com Vice-reitor, professor Mesquita solicitada.
  5. Segurança – Processos enviados, reunião marcada. Seis ocorrências.
  6. Setor de Informática – Realizando levantamento. Sistema colapsado por falta de pessoal. Chegada dos equipamentos. Solicitação de medidas. Jamile está encaminhando a coordenação do setor.
  7. Prefeitura – Doze (12) pleitos, um atendido.
  8. Patrimônio – Os tombamentos solicitados. Os materiais em desuso encaminhados e os levantamentos a serem feitos.
  9. Equipamentos Receita Federal – Distribuição.
  10. Pessoal – Permanente (reuniões e caso de sindicância). Dos doze solicitados nenhum funcionário foi concedido. Pessoal Terceirizado (Irregularidades constatadas em relação às empresas. Reunião marcada). Dois novos funcionários para a limpeza. Esquema de limpeza organizado.
  11.  Contabilidade. Balancete no anexo.
  12. CEFE. Encaminhamentos no anexo.
  13. Relações institucionais. Presença do Ministério SECAD na FACED/UFBA. Representação do IAT presente na FACED/ UFBA.   
  14. REVISTA. Projeto para solicitar recursos encaminhados pelo professor Nelson.
  15. Sistema elétrico – Balanço. Sobrecarga. Requer investimentos.
  16. LABORATÓRIOS. III Aguardando prazo de dois meses para instalação com as contribuições dos programas de pós-graduação.
  17. RÁDIO FACED, EduCanal, Tabuleiro Digital. Responsabilidade compartilhada com Grupo GECA coordenado pelo professor Nelson.
  18. COLEGIADOS DE CURSOS e demais representações. Insistindo na solicitação.
  19. Funcionário Adicional na Pós-Graduação período de matricula. Acertos em curso.
  20. ESPECIALIZAÇÃO. Dados solicitados pela pró-reitoria. Faltam dados. Sem secretaria. Prever espaço e funcionário no sistema de pós-graduação.
  21. Representação docente nas Comissões permanentes. Insistir. Só um professor indicado.
  22. Comissões Permanentes no CONSUNI. Proposta de alteração. (Normas e recursos; Títulos honoríficos; Patrimônio e Espaço Físico; Orçamento e Finanças; Política de Pessoal e Modernização Administrativa; Assuntos acadêmicos e estudantis.
  23. Empresas terceirizadas. Limpeza; Portaria; Vigilância. Informalmente: Refrigeração; Eletricidade; Informática. Transporte.
  24. ESTÁGIOS. Regulamentação. Processos. Responsabilidades. Designação para parecer.

Saudando a todos, encerramos o expediente da direção e passamos a palavra aos Departamentos, Colegiados e representações estudantil, docente e dos funcionários.

Ano: 
Tipo de Documento: 
Descrição : 
OS PARADOXOS NA UFBA E NA FACED